06/08/2025  17h36
· Guia 2025     · O Guaruçá     · Cartões-postais     · Webmail     · Ubatuba            · · ·
O Guaruçá - Informação e Cultura
O GUARUÇÁ Índice d'O Guaruçá Colunistas SEÇÕES SERVIÇOS Biorritmo Busca n'O Guaruçá Expediente Home d'O Guaruçá
Acesso ao Sistema
Login
Senha

« Cadastro Gratuito »
SEÇÃO
Opinião
14/05/2015 - 07h00
O Supremo e a sabatina espetaculosa
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

A indicação do advogado Luiz Edson Fachin para a vaga de ministro no Supremo Tribunal Federal acaba se transformando numa espetaculosa operação. A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado o sabatinou por quase 11 horas, mas sua aprovação ainda depende do voto favorável de 41 senadores. A nomeação já nasceu com o problema do indicado ter atuado concomitantemente como advogado e procurador do Estado do Paraná, uma prática legalmente permitida à sua época naquele estado mas vedada no restante país. No fundo, o problema maior não é do indicado, mas de quem indica. Prova é que a sabatina de César Peluso, indicado em 2003, primeiro ano do governo de Lula, durou cinco horas e os três indicados de Dilma – Rosa Weber, Luiz Roberto Barroso e Dias Toffoli – foram inquiridos por 6, 7 e 8 horas, respectivamente.

Fachin paga o preço da falta de densidade política de sua indicadora num Senado que joga sucessivas quedas de braço com o Executivo pelo domínio do poder. Os questionamentos surgidos logo após o anúncio do seu nome são, mais resultado da instabilidade política do momento do que da atividade do indicado. O processo espetaculoso é decorrência do ambiente conturbado onde está em curso, inclusive, a mudança das regras para a nomeação dos integrantes do Supremo e dos demais tribunais superiores.

Os senhores senadores – independente de sua posição política – precisam tomar os devidos cuidados para não banalizar o ato de escolha e nomeação dos integrantes das cortes que compõe as mais altas instâncias da justiça brasileira e, por dever de ofício, muitas vezes até substituem o Executivo e o Legislativo nas decisões de como governar. Quem tiver o direito de indicar candidatos às vagas deve tomar cuidado para evitar a colocação de nomes que possam ter problemas ou, mesmo que não os tenham, suscitar dúvidas. Não podemos ter tribunais superiores que não mereçam a total confiança da sociedade e do povo. Até porque, são o último bastião para a guarda e a preservação de nossos direitos e do cumprimento das leis. Não é bom para ninguém, principalmente para o próprio Poder Judiciário, nem a simples suposição de que ministros possam atuar política ou ideologicamente ou, ainda pior, em favorecimento ao governo que o indicou. Nós acreditamos na independência daqueles que lá estão, e o povo também precisa ter segurança e motivos para acreditar...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

PUBLICIDADE
ÚLTIMAS PUBLICAÇÕES SOBRE "OPINIÃO"Índice das publicações sobre "OPINIÃO"
31/12/2022 - 07h25 Pacificação nacional, o objetivo maior
30/12/2022 - 05h39 A destruição das nações
29/12/2022 - 06h35 A salvação pela mão grande do Estado?
28/12/2022 - 06h41 A guinada na privatização do Porto de Santos
27/12/2022 - 07h38 Tecnologia e o sequestro do livre arbítrio humano
26/12/2022 - 07h46 Tudo passa, mas a Nação continua, sempre...
· FALE CONOSCO · ANUNCIE AQUI · TERMOS DE USO ·
Copyright © 1998-2025, UbaWeb. Direitos Reservados.