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Opinião
17/05/2015 - 12h07
A crise econômica e o apelo à Justiça
Marcus Antônio Teodoro Batista
 

Na última ata do Copom (Comitê de Política Monetária), do BACEN (Banco Central do Brasil), realizada na última semana de abril (as vésperas do Dia do Trabalho), o comitê, por unanimidade, elevou a taxa Selic (taxa de referência para formação das demais taxas do mercado) para 13,25% ao ano. A elevação nos promoveu, assim, para campeões mundiais de taxas básicas de juros entre os países emergentes de expressões globais (BRICS), e deu sinais de que é bem provável que ocorra novos aumentos (mercado espera algo em torno de 14,00%) ainda em 2015.

Este cenário de juros altos e crescimento econômico modesto tem se agravado nos últimos meses, em que a taxa de inflação do país ultrapassou – e muito – o centro da meta inflacionária, de 4,5% ao ano. Hoje, no Brasil, convivemos com uma alta de juros que está “subindo de elevador”, no entanto, sua descida deverá se ocorrer por escada.

Uma taxa a este nível fará com que os cem reais que gastamos hoje, em um produto ou serviço, não seja mais o suficiente para gastar com o mesmo produto ou serviço em menos de sete anos. Teremos que desembolsar o dobro. Em outras palavras, é taxa para ninguém por defeito, quer seja no meio empresarial, pessoal, governamental e internacional.

Um cenário econômico e financeiro desta magnitude produz reflexos e insatisfações em todas as áreas da economia e faz com que aumente a quantidade de processos judiciais no país, em âmbito estadual, federal e municipal, nas áreas cíveis, trabalhistas, tributárias, previdenciárias, entre outras. Atualmente, o País tem 95 milhões de processos judiciais, de acordo com a última contagem do Conselho Nacional de Justiça (CNJ, 2014), e, provavelmente, ultrapassará em breve – se ainda não ultrapassou – os 100 milhões de processos, quebrando a barreira histórica de um processo para menos de dois brasileiros.

Muitos desses processos tiveram como “pano de fundo” cenas corriqueiras de empresas, pessoas físicas, ou situações complexas de grandes corporações e do próprio governo, que por motivos econômicos e financeiros variados tiveram e terão que apelar para a Justiça, como é comum acontecer em uma economia instável. Por exemplo: “fulano comprou o carro em 60 prestações fixas e a certa altura do campeonato não conseguira quitar mais as mesmas, pois a sua renda não acompanhou o aumento dos seus custos e, o pior, o carro depreciou mais do que previa”; “a empresa do sicrano não está conseguindo quitar com suas obrigações fiscais e trabalhistas, pois seus custos estão altos, aliado aos seus altos impostos”.

Situação comum de ocorrer também com a tão sonhada casa própria, onde a “pessoa precavida, recém-casada, que sempre sonhou com a casa própria, conseguiu, após inúmeras idas e vindas, comprar financiado o imóvel dos seus sonhos para pagar em modestos 20 anos de financiamento. Aumentando a família, aumentaram as despesas, e não está conseguindo quitar em dia as prestações do financiamento da casa e, para não correr o risco de perder o imóvel dos sonhos, ingressa com ação na Justiça”.

Cenários como os citados são reincidentes no País. Tudo envolve a Política Econômica, o que afeta a população, a União, os Estados e os Municípios, pois crescimento econômico modesto aliado ao aumento dos custos de manutenção da máquina estatal faz com que União, Estados e Municípios, percam muita arrecadação, o que produz um desequilíbrio econômico e financeiro em suas contas. Resultado: União, Estados e Municípios atrasam pagamento de fornecedores, não fecham acordos salariais com seus servidores e paralisam vários projetos de investimentos em infraestrutura. Consequência: aumento de ações judiciais nas esferas competentes, virando uma grande “bola de neve”.

Se o cenário dos juros fosse o inverso do atual, as ações judiciais continuariam aumentando na mesma proporção, pois neste caso, o dinheiro valeria mais e os agentes econômicos, como seres racionais do mercado, iriam buscar aumentar seus patrimônios, desfazendo-se de operações que foram realizadas em cenários de instabilidade econômica e financeira, quando os juros estavam nas alturas.

Percebemos que independente do cenário – de ascensão ou declínio da economia – as demandas judiciais sempre existiram e, em sua grande maioria, precisaram de perícia. Neste contexto, a figura do Perito Judicial, habilitado e capacitado para exercer seu ofício, é de fundamental importância. Ele dá suporte tanto na esfera Judicial, quanto na Extrajudicial, atuando na parte mais sensível do corpo humano: o bolso. Esteja ele na situação de autor ou réu. 


Nota do Editor: Marcus Antônio Teodoro Batista é economista, mestre em finanças, perito econômico-financeiro, coordenador do MBA Perícia e Auditoria Econômico-Financeira do Instituto de Pós-Graduação e Graduação (IPOG).

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