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Opinião
03/05/2005 - 14h00
Político também é gente
Christian Rocha
 

Um dos maiores problemas da política é a sua dimensão. Vá até Brasília, por exemplo. Qualquer pessoa pode se sentir insignificante diante da enorme massa de políticos profissionais. Eu não faço idéia de como são as coisas lá dentro - da Câmara, do Senado, do Palácio - e por isso não tenho conhecimento para dizer que são todos picaretas ou que são todos cidadãos justos e inteligentes que são manipulados pelo sistema político. Simplesmente não posso escolher um desses adjetivos sem me tornar leviano.

Mas há algo que está ao meu alcance. Quando você se coloca diante de uma pessoa - uma só -, ela deixa de ser um potentado e volta a ser um indivíduo simples e falível, alguém com preocupações humanas demais (ganhar dinheiro, fama e conforto, manter a família, evitar a dor e buscar o prazer etc.). E diante de uma só pessoa não faz muito sentido falar em desigualdade, nem mesmo desigualdade política. Duas pessoas diferentes - um balconista e um ministro - coincidem em suas preocupações humanas demais; o que as diferencia é o modo como essas preocupações serão resolvidas.

Os políticos sabem disso. Sabem que são iguais. A eleição não os tornou especiais - como os faraós ou os imperadores, muitos dos quais insistiam na ascendência divina. Eles continuam sendo pessoas comuns que tiveram a sorte e os recursos para ascender àquela condição. Mas são pessoas comuns. E sabendo disso é que eles se fecham na Câmara dos Deputados, no Senado, na Assembléia Legislativa, num sem-número de gabinetes. Assim eles ignoram a existência do eleitor - outra pessoa, como ele - e votam em seus próprios aumentos como se os recursos não viessem de pessoas simples como eles mesmos eram antes de se tornarem políticos.

A grandiloqüência da vida política do Brasil não está apenas na incapacidade do eleitor perceber sua condição diante daqueles que supostamente regem a sua vida - ministros, deputados, senadores etc. -, mas também na incapacidade destas pessoas recusarem sua condição diante de seus eleitores. Um cargo político é um privilégio, mas é antes uma responsabilidade que obriga seu ocupante a lembrar sempre quem o colocou ali. É isto que o torna igual a nós, eleitores.


Nota do Editor: Christian Rocha vive em Ilhabela, é arquiteto por formação, aikidoka por paixão e escritor por vocação. Seu "saite" é o Christian Rocha.
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