Gosto de escrever as minhas crônicas, aquelas do cotidiano. Outro dia eu me lembrei de quando meu pai cantava Vida Marvada, composta por Almirante em 1937, e minha mãe ao lado dava risada da letra. A letra era assim: Ê, vida marvada! Num dianta fazer nada Pruquê se esforçá Se num vale a pena trabaiá? De manhã cedo eu sigo pra rocinha pra vê se a vez nasceu quarqué coisinha. Mas, qual o quê, não nasceu nada, não Prantando nasce, mas num pranto, não! Ontem à tarde, resolvi fazer uma paródia, baseada em fatos que há bom tempo estão em qualquer noticioso. Se meu pai e minha mãe ainda estivessem vivos, começariam a chorar. Eis o que, sem qualquer pretensão, esbocei: Ê, que vida boa! Só preciso, ficar à toa. Bolsas eu sei que vou ganhar Pra quê eu preciso trabalhar? De manhã cedo eu dou uma trepadinha Pra minha família logo aumentar Que vida boa, é esta minha Outra bolsa eu sei que vou ganhar! * É, nem adianta chorar...
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