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Opinião
26/05/2015 - 09h02
Valores, escolhas e alianças
Montserrat Martins
 

O ser humano se define em seus atos, mais que em suas palavras, o que sabemos por experiência de vida, mais que pelas sábias palavras do Sartre. Na vida pessoal ou na pública, em pleno século XXI, o desafio continua sendo encontrar palavras que correspondam à realidade.

Começamos 2015 com faixas pedindo volta dos militares, entre outros posts nas redes sociais de um verdadeiro “festival conservador” de todos os tipos. O governo recém reeleito com a popularidade de seus programas sociais hoje é tratado como um caso de polícia, um mero bando de ladrões e por aí vai, numa das linguagens de mais baixo calão da história da política. Como chegamos a esse ponto, em tão pouco tempo?

“Tuas ideias não correspondem aos fatos” poderia ter alertado Cazuza, se estivesse vivo, na campanha à reeleição da Dilma. Além de negar as dificuldades econômicas – sempre com o calendário eleitoral embaixo do braço – a reelegenda faltou com a verdade e menosprezou as dificuldades pós-eleitorais.

Dois candidatos de oposição vinham prenunciando um 2015 difícil pelas contas desarrumadas do governo, Marina e Aécio, foi então que a campanha pela reeleição fez a sua escolha de valores, mais uma vez pelos cálculos eleitorais, e escolheu como alvo preferencial a ex-ministra ao invés do tucano. Na “era dos marketeiros”, especializados em construir mitos (Coração Valente) e destruir adversários, Marina foi vendida na TV como uma traidora do povo, quando na verdade a ameaça real era aos milhares de cargos governistas em jogo.

O dito “mercado”, forças que sacralizam a iniciativa privada e não se cansam de fustigar as empresas públicas, teve ali a sua grande oportunidade de fazer a festa, porque viu reviver, enfim, o seu candidato tucano que estava tão fragilizado nas pesquisas até ali.

É importante dizer isso com todas as letras, agora, para não parecer que o pensamento conservador no Brasil se fortaleceu subitamente a partir do “nada”, na quarta gestão de sucessivos governos baseados em programas sociais. Pois quando se escolhe como alvo principal correntes políticas que participaram do mesmo campo até recentemente – afinal Eduardo Campos e Marina Silva eram ministros de Lula, tanto quanto Dilma – se está obviamente enfraquecendo esse campo e fortalecendo os seus detratores.

Exemplo clássico na História foi o golpe do Franquismo na Espanha em 1936 contra a Segunda República. É um caso citado para demonstrar como a divisão das forças democráticas e de esquerda serviram para a ascensão de um regime de características fascistas, que desembocou na cruenta Guerra Civil espanhola. Que a lição sirva para o Brasil de 2015 e quiçá os governistas sejam capazes de fazer sua autocrítica, ainda a tempo de evitar a derrocada política do país entregue nas mãos do “mercado”.


Nota do Editor: Montserrat Martins, colunista do Portal EcoDebate, é médico psiquiatra, bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais e presidente do IGS – Instituto Gaúcho da Sustentabilidade. Fonte: Portal EcoDebate (www.ecodebate.com.br)

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