Por que o livro o Código Da Vinci faz tanto sucesso? João Soares Neto na crônica O Código da Vinci e a Arte de Vender publicado na Agência Carta Maior afirma ser por causa da propaganda. Sim, tudo isto faz parte do marketing.

No entanto, o livro agarra nossa curiosidade dando informações que nos levam a querer saber do final - como livros de Agatha Christie e de Conan O Doyle - e apresenta hipóteses possíveis de serem verídicas. Por que não?

A curiosidade ou a ânsia de saber, na interpretação de Freud - exatamente a cerca de uma lembrança de Leonardo da Vinci - está diretamente relacionada à curiosidade sexual: a criança questiona como os filhos são feitos, como eles nascem, que tipo de relacionamento existe entre os pais, o coito. Com o amadurecimento esta curiosidade direciona-se para outros interesses... Assim o foi com Vinci e Freud que sublimaram sua sexualidade para intensa atividade intelectual - Freud construindo a Psicanálise no século XX e Leonardo da Vinci com todas as suas curiosidades a respeito de astronomia, arquitetura, escultura, pintura, anatomia etc.

O livro o Código da Vinci assim como o documentário exibido na TV por assinatura Jesus, Maria Madalena e Da Vinci explora a hipótese de que Jesus era casado com Maria Madalena e que Leonardo da Vinci disso sabia ao mesmo tempo em que encobria este segredo-verdade em seus quadros - A Ultima Ceia esconde Maria Madalena sob a figura de João. Segundo Freud, Leonardo deixava muitos de seus quadros inacabados.

Leonardo era membro de uma sociedade secreta. Que sociedade? Queremos saber. O que faziam? O que diziam? Quais os membros? Porém, o que mais aguça nossa curiosidade é justamente a sexualidade de Jesus. Era ou não casado? Basta falar-se que é um segredo para despertar o desejar saber. Portanto, não tinha Freud razão? A ânsia de saber não está correlacionada à curiosidade sexual?

Mas, a pergunta que se faz é: por que agora interessa à mídia que tenhamos curiosidade em saber se Jesus era casado ou não? Será por que temos outro Papa? Será que os padres poderão casar-se? Será que isso implicará numa mudança radical da Igreja em relação ao sexo? Ou será que tudo é mais um mero exercício de explorar a curiosidade do leitor-espectador, assim como o sorriso de Mona Lisa?