Fico inteiramente comovido com essa polêmica guerra entre bicicletas e carro. Então, fico exercitando meu cérebro com o intuito de colaborar com a paz entre veículos de transporte. Fico imaginando, se não houver uma intervenção urgente das autoridades, isto poderá se transformar numa guerra civil.

Visualizando o futuro, vejo bicicletas com morteiros laterais, que seriam disparados em cada cruzamento. Carros equipados com lança-granadas em seus escapamentos disparando ao passarem por grupos de bicicletas.

Com dor no coração vejo carros e bicicletas sendo retirados das vias por guinchos e levado ao cemitério de ferro-velho. Penso na possibilidade de outros meios de transportes também se comoverem, por exemplo, barcos com suas idéias pacifistas, ficariam ao lado das bicicletas não poluentes, e quem sabe os aviões iriam dar o apoio aéreo aos carros, que mesmo mais fortes, estariam em menor número. Esta guerra teria dimensões catastróficas, chocando a população mundial.

Minha maior dúvida: de que lado as motocicletas iriam ficar? Enquanto isso, teriam mais dois dias de finados, um para os carros e outro para as bicicletas. Nestes dias o cemitério de ferro-velho ficaria lotado com muita comoção entre bicicletas e carros, que em procissões cruzariam a cidade como um grupo de derrotados.

Diante de tanta dor, surge no horizonte um sinal de sorriso e esperança, nas calotas e aros de bicicletas...

O Governo dos carros e bicicletas institui uma escola para educá-los, que lindo!!! Fico imaginando aquelas bicicletinhas, ainda com quatro rodinhas e seus caderninhos da escola, embaixo do guidão. Todas felizes por terem direito à educação... Ah!... que lindinho... o mini-bug de uniforme "dando seta" ao virar a esquina! Que sonho...

Diante desta brilhante e inimaginável solução, o Governo das bicicletas e carros, teria um lindo memorial e certamente seria reeleito pelos pacatos pedestres que esperam não serem mais atropelados por carros e bicicletas nas ruas desta linda cidade.

Assinado: Um transeunte.

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