O Conselho Deliberativo da Fundart decidiu democraticamente não aprovar projetos culturais apresentados por membros do Conselho ou por funcionários da Fundação. Leia-se culturais entre aspas, tem um dinheirinho nisso, como dizia o maestro Tom Jobim. A medida está dentro do que o governo atual propôs na campanha. Resgatar a dignidade, a ética e a moral de um órgão público que viu seus ideais desvirtuados ao longo do tempo, com verbas sendo usadas de forma não apropriada aos interesses da comunidade. Os conselheiros da Fundart não são obrigados a ter essa função, candidatam-se espontaneamente, mas devem saber que uma vez eleitos estarão eticamente impedidos de receber verbas para seus projetos. O mesmo vale para os funcionários, quase sempre nomeados pela atuação na última campanha. É o que se chama de fisiologismo, o contrário de meritocracia, prática usual em Ubatuba, como mostram as evidências. Não há na decisão nenhuma apreciação de ordem estética, ninguém é contra a arte, alguns conselheiros até arriscam um conto aqui, um quadro ali, coisa de amadores, é óbvio. A medida teve caráter de saneamento. Na verdade todos querem que as coisas mudem, clamam por transparência. Desde, é claro, que seus interesses prevaleçam. Assim nada será resgatado. Quem deve estar rindo da polêmica é o senhor Paulo Ramos, o único beneficiado. Nota do Autor: Arnold Hauser (Sidney Borges) é editor do Ubatuba Víbora e artista diletante. Pintor, escritor, escultor, fotógrafo, videomaker, ceramista e poeta bissexto e inédito. Artista independente, sem ganhar um centavo do erário público.
Nota do Editor: Sidney Borges é jornalista e trabalhou na Rede Globo, Rede Record, Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo (Suplemento Marinha Mercante) Revista Voar, Revista Ícaro etc. Atualmente colabora com: O Guaruçá, Correio do Litoral, Observatório da Imprensa e Caros Amigos (sites); Lojas Murray, Sidney Borges e Ubatuba Víbora (blogs).
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