Um novo estudo sueco, realizado com mais de 5 mil homens e mulheres, revelou que a poluição sonora de trânsito de rua e aviões está relacionada com aumento de peso corporal. Acima de 45 decibéis, ruído considerado inofensivo e equivalente a uma conversa normal entre pessoas, os efeitos já começam a ser notados.

Em mulheres, a cada aumento de 5 decibéis, há um aumento de 0,21 centímetros na circunferência abdominal, já nos homens não se observou o mesmo resultado.

Os resultados não foram influenciados por fatores socioeconômicos, estilo de vida ou a exposição à poluição do ar. Mas a idade era um fator influente, com associações entre obesidade central e ruído encontradas apenas para mulheres com idade inferior a 60 anos.

O efeito deve-se ao estresse que barulho provoca em mulheres. Enquanto homens são mais sensíveis a dores, é bem conhecida a covardia masculina quando enfrentam uma simples dor de garganta, as mulheres são mais sensíveis a ruídos, a barulho, e é por isso que muitas mulheres saem do sério quando alguém fala mais alto com elas, reagindo muitas vezes com a expressão “fale mais baixo!!” demonstrando toda sua insatisfação.

O estresse do ruído, em mulheres, libera o hormônio cortisol, que é responsável por aumento da gordura corporal.

O estudo sueco foi realizado com ruídos de trânsito e aviões, mas é bem provável que outras formas de barulho possam estressar a mulher, aumentar a liberação de cortisol e favorecer o acúmulo de gordura corporal.

A conclusão imediata é que, ao menos mulheres que tem predisposição a engordar com facilidade, deveriam evitar exposição a estresses desnecessários, inclusive ruídos excessivos.

Pesquisa publicada em Occup Environ Med doi:10.1136/oemed-2014-102516

Nota do Editor: Cyro Masci (www.masci.com.br) é médico clínico geral e psiquiatra em São Paulo (SP).