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Crônicas
06/06/2015 - 10h12
Meu tio
Dartagnan Ferraz
 

O cara mais engraçado que conheci foi também o mais sério. Pode? Ora se pode. Foi um tio meu. Era radical paca. Não se metia em política, vivia de casa para o trabalho, calado, mas tinha uma verve incrível. E pavio curto. Ele detestava a polícia. Acho que porque fora soldado e sofreu muito perseguindo Lampião no sertão. Tinha outro motivo: a polícia perseguia muito meu pai que era comunista, e ele gostava muito do irmão. Era os anos 50, o anticomunismo estava no auge.

Meu tio tinha uma venda (era assim que chamavam as mercearias), pequena, o movimento era fraco, ia levando, quase parando. Uma noite os ladrões descobriram umas telhas e entraram no local descendo por uma corda. Roubaram quase tudo da venda do meu tio. No outro dia cedinho ele descobriu, não se desesperou, apenas achou que tava na hora de fechar de vez a bodega. Nisso chegou a polícia, o delegado e três meganhas. Meu tio, repito, detestava a polícia, o delegado olhou para o teto, viu a corda, e exclamou: “Parece que roubaram sua venda!”. Meu tio calmamente mas sentindo asco do tipo que era perseguidor do meu pai disse ferino: “É engano seu, eu estou mandando retalhar o teto, pode se retirar, faça-me esse favor”. O delegado e os meganhas deram no pé. Que saudade do meu tio.

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