Sim, tenho que cantar. Não quero saber de chorar. Desfiles de absurdos ferem meus sentidos. Não vou me enveredar pela saúde porque não tomei vacinas. Sempre estou à procura de um porto seguro, sem barulho, mas com sons afinados. Nisso surgiu um caso sério de falta da tal educação sexual. Tive que escutar a conversa de duas adolescentes. Uma estava preocupada com a possibilidade de engravidar, sim, de poder engravidar. Na última balada ela havia ficado com dois rapazes. A outra adolescente, parecendo ou querendo ser mais esperta, lhe disse: “Desencana! O que ficou do primeiro, lá dentro, mata o que entrou do segundo, claro”. Então, permaneci sem mover um músculo, mal piscava. Lembrei-me da música de Cartola, e comecei a cantar baixinho: As rosas não falam, simplesmente, as rosas exalam o perfume...
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