Geralmente, as pessoas começam a fumar na adolescência, quando imaginam que vão parecer mais adultas. Quinze ou vinte anos depois, de fato vão parecer mais velhas que as pessoas de sua idade não-fumantes. Pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, analisaram cinco estudos relacionando cigarro e rugas. A conclusão foi unânime: quando alcançavam a meia-idade, fumantes pareciam muito mais envelhecidos, apresentando maior quantidade de rugas. "O cigarro rouba a jovialidade da pessoa", diz o doutor Marcos Grillo, PhD em Cirurgia Plástica, de Curitiba. "Do ponto de vista da saúde, o fumante apresenta idade superior à sua idade cronológica. Nas mulheres, em particular, há uma considerável redução do tônus muscular, promovendo a flacidez". Para quem está planejando passar por uma cirurgia plástica ou outro procedimento invasivo, Grillo adverte: "Pacientes fumantes têm doze vezes mais chances de apresentar complicações durante a cirurgia do que os não-fumantes. O monóxido de carbono do cigarro também reduz a oxigenação da corrente sangüínea, retardando o processo de recuperação no pós-operatório. Além de comprometer o sistema respiratório, o cigarro pode deixar o paciente mais suscetível a infecções, desencadear problemas na cicatrização, favorecer a necrose (apodrecimento) da extremidade da pele descolada durante a cirurgia, ou ainda provocar outras intercorrências referentes à anestesia, trombose e embolias". Membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Grillo orienta seus pacientes fumantes a programar a cirurgia com antecedência e suspender o fumo pelo menos um mês antes do procedimento. "Além de aumentar as chances de haver boa cicatrização, essa medida estimula os pacientes a largarem de vez o vício, já que se conscientizam de que beleza e cigarro se contrapõem". A SBCP tem por princípio orientar os cirurgiões a fazerem seus pacientes assinar um termo de responsabilidade antes da operação, principalmente os fumantes - que apresentam riscos maiores.
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