A maioria das pessoas conhece alguém que sofre ou já sofreu com crises de asma. Tamanha popularidade se deve ao fato dela estar entre uma das doenças crônicas mais comuns em todo o mundo, afetando cerca de 10% da população global. Segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), no Brasil ocorrem anualmente cerca de 350 mil internações por asma, constituindo a quarta maior causa de internação no nosso país e a terceira causa entre crianças e jovens adultos.

Caracterizada por uma inflamação crônica das vias aéreas, a asma causa um estreitamento reversível dessas vias, levando à limitação da passagem do ar. Segundo o especialista em infectologia e integrante do corpo clínico do Lavoisier Medicina Diagnóstica, Dr. Jaime Rocha, a doença atinge indivíduos de todas as faixas etárias e pode ser hereditária. “Aproximadamente um terço de todos os pacientes asmáticos possui pelo menos um familiar com a doença e/ou outro tipo de alergia”, afirma o médico.

Ainda de acordo com o especialista, nesta época do ano há um aumento nos índices de crises de asma devido ao frio, poeira, mofo, fumo e pelo fato de as pessoas permanecerem mais tempo em ambientes fechados, que aumenta a exposição aos fatores desencadeantes. Os principais sintomas são tosse, na maioria das vezes seca, falta de ar, chiado e aperto no peito. Os sintomas variam muito entre as pessoas, podendo ser desde leves até graves.

“Quando o paciente chega se queixando desses sintomas, o especialista deve analisar seu histórico clínico e submetê-lo a um exame físico e outros complementares, como a prova de função pulmonar, para avaliar a existência e o grau de obstrução das vias aéreas, a radiografia de tórax e o teste cutâneo para avaliação da resposta alérgica”, salienta o infectologista.

Tratamento

É preciso ficar atento, pois quando não tratada de forma adequada, a asma pode levar à morte. No mundo, estima-se que a doença seja responsável por 250 mil mortes anuais, sendo que no Brasil essa taxa é de aproximadamente duas mil por ano. “Apesar de não ter cura, quando o paciente é acompanhado por um especialista, o controle da doença possibilita o desaparecimento dos sintomas por meses ou até anos”, comenta o médico.

O tratamento da asma é focado no controle ambiental, terapia farmacológica e imunoterapia a ser indicada pelo médico, de acordo com o quadro clínico do paciente. Para muitos pacientes, a medicação deve ser administrada diariamente com a finalidade de controlar os sintomas, melhorar a função pulmonar e prevenir crises. Medicamentos também podem ser necessários para aliviar sintomas agudos, tais como sibilos (chiado no peito, semelhante a um assobio), opressão torácica e tosse.

Fatores desencadeantes

De acordo com Dr. Jaime, muitos podem ser os fatores que contribuem para um quadro de asma, mas alguns merecem destaque:

– exposição a alérgenos, tais como ácaros domésticos, comumente encontrados nas roupas de cama, nos tapetes, bichos de pelúcia e poeira domiciliar.

– exposição a animais com pelo, baratas, pólen e mofo.

– exposição à fumaça do tabaco.

– exposição à poluição aérea.

– infecções (virais) respiratórias.

– exercício físico, emoções fortes.

– substâncias químicas e remédios (tais como aspirina e betabloqueadores).

– refluxo gastroesofágico.