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Opinião
09/07/2015 - 08h00
Os extremos e a paz social
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

Duas notícias estampadas ontem pelos jornais e veiculadas pelo rádio e televisão chamam a atenção. A do casal de Salvador (BA) que, achando dinheiro na rua, enrolado ao boleto de uma conta de luz, foi pagar a conta; e a do homem que morreu linchado ao tentar assaltar um bar em São Luiz (MA). Acontecimentos pontuais e distantes um do outro, mas grandes exemplos de que nem tudo está perdido, o povo é potencialmente bom, precisa ter garantido um ambiente melhor para viver e, não o encontrando, explode.

O casal, de poucas posses, trabalhador de restaurante, poderia ter descartado a conta e ficado com o dinheiro, mas em vez disso, correu à casa lotérica, fez o pagamento no lugar da devedora e postou a fotografia do recibo no Facebook. Encontrou a dona da conta no dia seguinte e recebeu dela os seus agradecimentos, assim como o reconhecimento de 35 mil internautas que “curtiram” o seu comportamento reto. Lembram episódios anteriores de taxistas, camareiros e garis, todos de baixa renda, que encontraram elevadas somas em dinheiro e objetos valiosos e fizeram questão de devolvê-los aos legítimos donos.

O episódio de São Luiz ganhou as manchetes, mas ocorrências dessa natureza são mais comuns do que se imagina. Muitos dos mortos por causas desconhecidas, o são por represálias e outros desajustes sociais. As chacinas, tão comuns nos grandes centros, são uma forma da nefasta justiça pelas próprias mãos. No caso do Maranhão, o povo, cansado da ação dos meliantes, reagiu, levando um à morte e outro ao hospital. Na falta da presença do Estado, a população se revolta e faz dessas coisas ou, pior, anda, o crime organizado assume a região e, à sua moda, faz o papel do Estado.

O país tem hoje sua atenção voltada para as tribulações políticas e administrativas, e acaba se esquecendo dos pequenos acontecimentos do bairro ou da pequena cidade, que podem ser mais importantes para os moradores da área do que toda a crise nacional e o afasta ou não-afasta da presidente. Atitudes como a do casal baiano têm de ser exaltadas para servirem de exemplo, assim como as comunidades – e os governos, especialmente – não podem se esquecer da segurança pública e, mais que isso, do justo encaminhamento e do trabalho de recuperação dos pequenos delinquentes que tanto incomodam a população das áreas onde atuam. É assim que se constrói a paz social...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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