Apresentador Jorge Kajuru começa a cumprir pena em regime aberto
A recente condenação do apresentador Jorge Kajuru a pena de 18 meses de prisão, em regime aberto, é um desserviço da justiça brasileira à liberdade de imprensa no País. O patético, no caso, é que a punição se originou a partir de queixa formulada por um proprietário de veículo de comunicação. Kajuru é o primeiro jornalista condenado à prisão após o fim da ditadura militar no País. A sentença é infeliz e abre precedente perigoso. É uma porta aberta para a volta da censura. A classe jornalística e a sociedade civil organizada precisam reagir de forma muito vigorosa e transformar a condenação do apresentador em bandeira de luta coletiva. O envio de jornalistas à prisão em um regime supostamente democrático é um descalabro. E causa perplexidade, indignação e repulsa em qualquer cidadão de bom senso. Que se punam eventuais excessos, mas com equilíbrio. Para tanto existem, por exemplo, o direito de resposta, a retratação do ofensor, punição pecuniária e até a aplicação de penas alternativas. Jornalistas não representam perigo à coletividade, ao contrário de muitos outros bandidos que, por lentidão da Justiça e ineficiência policial, seguem lépidos e fagueiros pelas ruas, levando pânico à população. Um jornalista na prisão em um regime civil e democrático parece ficção, filme de terror. É algo muito pior do que as perseguições e agruras dos chamados Anos de Chumbo do Regime Militar. Antes as baionetas e a força bruta sufocavam as liberdades individuais. Já no regime democrático atual todo um arcabouço jurídico confere legalidade ao ato. É como se uma guilhotina pairasse, doravante, por sobre as cabeças de todos jornalistas pátrios. Enquanto isso ladrões, mequetrefes, corruptos, traficantes e salafrários seguem livres e soltos, infelicitando toda a Nação. Pobre país! Triste Justiça! Que Deus se apiede de nós. Nota do Editor: Sérgio Bento é jornalista.
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