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COLUNISTA
Marcelo Sguassábia
20/07/2015 - 09h02
Castidade violada
 
 

- Quando fechamos negócio, o senhor me jurou que dava garantia.

- Eu disse que garantia o produto contra defeitos de fabricação, o que não inclui avarias provocadas pelo mau uso. O cinto de castidade que eu lhe vendi foi violado, eu poderia jurar que usaram um pé-de-cabra para arrebentar a fechadura.

- Desculpa, mas um produto dessa natureza e com essa finalidade, só tem serventia se for comprovadamente inviolável. Cadê a fiscalização do Inmetro numa hora dessa? A minha noiva desacordada na cama, todo aquele sangue escorrido... Ah, se o senhor visse...

- Bom, pela minha prática eu arriscaria três hipóteses para o fenômeno. A primeira: a própria mulher ou alguma outra pessoa provocou ferimento nas partes baixas ao forçar a abertura, aí acabou sangrando. A segunda: a mulher menstruou e, incomodada com o sangue melecando a virilha, abriu a gaiola genital para se limpar. Não sei como, mas abriu. A terceira, que o amigo vai custar a admitir mas que costuma ser a mais provável: o sangue é da perda da virgindade. Consentida ou forçada.

- Ela não faria isso. A minha noiva não!

- Pois é, mas o senhor se lembra que não foi por falta de aviso. Se tivesse levado o modelo com quadrichave e senha digital, poderia ter evitado todo esse aborrecimento. Até hoje não conheci ninguém capaz de violar um genuíno quadricinto de castidade.

- Ponha-se no meu lugar. Se a noiva fosse sua e tivesse acontecido isso, o que pensaria?

- Eu não pensaria nada, pois teria optado por um cinto da linha Quadrichave Ultra Security para não ter dor de cabeça. Se a questão é prevenir, vamos fazer a coisa direitinho.

- Mas dizendo isso o senhor deprecia o seu modelo básico. Por uma questão ética, não poderia vender um modelo com chave comum e risco de violação, concorda?

- Olha, vamos parar com essa discussão. Eu conheço muito bem e respondo por toda a minha linha de produtos, tenho um bom nome na praça e a consciência tranquila. Já o senhor, eu não sei se está tão seguro quanto ao caráter da sua noiva.

- Escolha bem as palavras quando se dirigir a mim, seu maldito insolente. A família dela é respeitada em todo o reino, é gente que honra o brasão da família!

- Então por que comprou o cinto?

- Ferreiro desgraçado! Seu pós-venda não vale nada, é um case de marketing sobre o que não se deve nunca fazer e dizer ao cliente! Vou postar hoje mesmo essa história toda nas redes feudais. Seu negócio será reduzido à produção de ferraduras pra jumento, e olhe lá.

- Bom, pelo menos de fome eu sei que não vou morrer. Jumento é o que não falta nesse feudo...


Nota do Editor: Marcelo Pirajá Sguassábia é redator publicitário em Campinas (SP), beatlemaníaco empedernido e adora livros e filmes que tratem sobre viagens no tempo. É colaborador do jornal O Municipio, de São João da Boa Vista, e tem coluna em diversas revistas eletrônicas.
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