Sinais para conversão – Deus, muitas vezes, mostra-nos Sua glória humilhando-nos em nosso orgulho e soberba para restaurar em nossos corações a humildade e o senso de realidade. Diante disso, digo e não me canso de repetir: Infelizes são aqueles que se tornam incapazes de reconhecer esses sinais e de compreender a sua própria miserável pequenez. Infeliz daqueles que não os apreende com os olhos que veem tudo o que a cega carne não vê. Só quis dizer – Bergoglio como Francisco dá um ótimo Antonio Gramsci. E tenho dito – Fazer cagada é humano, mas quando é dilmais não há papel higiênico que dê conta de limpar tudo. Flores artificiais – Tem coisas que nem mesmo uma tragédia é capaz de mudar porque quando o caráter é inexistente não há nada para ser transformado. O teatrinho pode até ser feito de maneira dissimulada e histriônica, porém, não se engane. De má semente não é possível germinar roseiras, nem crisântemos. A cordilheira dos medos – A forma mais canina que há de covardia é aquela que se esconde por trás da obediência irrestrita. Obediência servil a uma autoridade iníqua, ou submissão à tirania dum grupelho ideológico, ou a uma multidão ensandecida ou, simplesmente, obediência animalesca aos nossos rasteiros desejos. Todas elas, cada uma a seu modo, reduz a nossa humanidade a um nível miserável, paralisando a nossa inteligência, minando nossa vontade. Esperança – Qual é o grande símbolo de esperança do Brasil contemporâneo? A mandioca saudada e comungada pela mulher sapiens? A tocha olímpica que será sentida por todos os municípios brasileiros? Opa! Pera aí! Esquece. Acho melhor deixar bem quietinha essa história de esperança à brasileira. A pergunta que não quer calar – Confúcio dizia que antes de querermos mudar o mundo deveríamos tentar mudar a nós mesmos, nosso lar, família, bairro, cidade, província e assim por diante. Todo mundo conhece esse dito, da mesma forma que praticamente todos o desprezam. Mas, fico cá com meus alfarrábios a matutar: se um sujeito não é capaz de governar o próprio cocuruto e suas “ideias”, se um indivíduo não é capaz de articular um discurso razoavelmente coerente, pode ele governar uma nação sem enxovalhá-la? Pois é, fazer o que? Só para esclarecer – Tontos e canalhas são criaturas distintas na forma de ser e na finalidade do existir, porém são feitos da mesmíssima substância. Sombras das sobras – Quando tudo, na vida, passa a ficar sem sabor, quando o horizonte dos dias torna-se monocromático, quando os nossos passos arrastam-se de maneira claudicante é porque estamos debilitados, nos dando conta de que não conseguimos ser o sal da terra e que estamos muito distantes de ser a luz do mundo. E são nesses momentos que devemos lembrar, com temor e tremor, que é na fraqueza que a boa semente germina. País das maravilhas – Na década de noventa do século passado o Brasil foi brindado com o tal Plano Real que tinha a pretensão de deitar profundas raízes e por aqui ficar. Os anos passaram e hoje a nação é saudada por um vexaminoso projeto surreal de poder que, ao que tudo indica, irá continuar a nos contristar até que todo o país pire de vez, reduzindo o tal impávido colosso no rubro reino louco da rainha de copas. A Bíblia e seus leitores – Thomas Jefferson era um homem público de grande estatura e, acima de tudo, uma pessoa de vastíssima cultura. Para se ter uma ideia, certa feita o presidente John Kennedy, num jantar que fora realizado na Casa Branca reunindo uma multidão de cientistas e escritores ganhadores do Prêmio Nobel, disse: “Nunca houve nessa casa tantas mentes brilhantes reunidas, a não ser quando Thomas Jefferson jantava sozinho”. Dos livros que ele mais apreciava encontrava-se a Sagrada Escritura. Tamanho era seu apreço por ela que o distinto cidadão da Virgínia compilou todos os versículos que mais lhe tocavam a alma. Tal compilação ficou conhecida como “A Bíblia de Jefferson”. Recentemente, numa “entrevista” concedia a Jô Soares, a senhora presidente da república disse, de maneira mui confusa (como de costume), que ela havia lido muito a Bíblia e que estimava assaz o texto Sacro em questão. Será mesmo? Será que ela tem guardado em seus alfarrábios uma brochura similar a de Jefferson? Por acaso existiria, oculta, aqui ou acolá, uma “Bíblia da Mulher Sapiens”? Melhor não saber. Há coisas, muitas coisas, em que a ignorância é uma bênção.
Nota do Editor: Dartagnan da Silva Zanela é professor e ensaísta. Autor dos livros: Sofia Perennis, O Ponto Arquimédico, A Boa Luta, In Foro Conscientiae e Nas Mãos de Cronos - ensaios sociológicos; mantém o site Falsum committit, qui verum tacet.
|