O leite materno é considerado um alimento completo para o recém-nascido até os seis meses de vida, não sendo necessária a introdução de qualquer outro alimento, inclusive água e chás. Segundo a Organização Mundial de Saúde, a amamentação é fundamental para a saúde e desenvolvimento da criança devido às vantagens nutricionais, imunológicas e psicológicas. Além de todos os benefícios, o leite humano teria um efeito protetor sobre o estado nutricional infantil. Ele pode ser dividido em três tipos: colostro, leite de transição e leite maduro. O colostro é secretado nos primeiros dias após o parto e permanece até o sétimo dia pós-parto; ele tem baixo teor de gorduras e lactose (“açúcar” do leite), sendo rico em eletrólitos, proteínas, vitaminas, minerais (cálcio, potássio) e anticorpos (protegem o recém-nascido de infecções). O leite de transição é produzido de sete a catorze dias após o parto e tem composição intermediária entre o colostro e o leite maduro, havendo redução no teor protéico e de minerais e aumento de gordura e lactose. O leite maduro é produzido a partir do vigésimo primeiro dia após o parto e é rico em gordura e lactose. Por ser da mesma espécie, o leite materno contém todos os nutrientes essenciais para o crescimento e o desenvolvimento ótimos da criança, além de ser mais bem digerido, quando comparado com leites de outras espécies. O leite materno é capaz de suprir sozinho as necessidades nutricionais da criança nos primeiros seis meses, e continua sendo uma importante fonte de nutrientes no segundo ano de vida, especialmente de proteínas, gorduras, vitaminas e minerais. Os minerais são importantes para o crescimento, o desenvolvimento e a manutenção da saúde dos tecidos corporais. São classificados em macroelementos o sódio, potássio, cálcio, magnésio e fósforo, entre outros, e microelementos ou elementos traços, o cobalto, cobre, iodo, flúor, molibdênio, selênio, cromo, ferro, zinco e outros. Segundo Campestrini (2006), a substituição do leite materno por leite artificial faz com que ocorra um aumento do número de óbitos de crianças, em torno de 1,5 milhões a cada ano, no mundo; a grande maioria por diarréia. A solução para diminuir esse número de óbitos é simples, somente, o incentivo ao aleitamento materno. De acordo com o Ministério da Saúde, o leite humano possui numerosos fatores imunológicos que protegem a criança contra infecções. Diante de todas estas propriedades, o aleitamento materno, exclusivo até os seis meses e complementado até os dois anos de idade, traz inúmeros benefícios tanto para o bebê quanto para a mãe: – provoca menos cólica; – previne alergias, obesidade e intolerância alimentar; – aumenta o vínculo mãe e filho; – melhora o relacionamento da criança com outras pessoas; – Previne anemia; – Promove o crescimento e desenvolvimento do bebê; – Protege a mãe contra o câncer de mama e de ovário e também de doenças cardiovasculares; – É de graça, natural e muito prático. Além dos benefícios que oferece para a mãe e ao bebê, o leite materno seria mais uma estratégia para a prevenção da obesidade infantil garantindo um bom estado nutricional. Dados recentes revelam que a obesidade infantil está aumentando no Brasil, principalmente, nas camadas mais pobres da população, segundo estudos epidemiológicos o leite materno possui um efeito protetor contra a obesidade infantil. Resultados de estudos prévios ressaltam que é possível que o aleitamento materno reduza os dois extremos, tanto o sobrepeso quanto o baixo peso (BALABAN; SILVIA, 2004). Nota do Editor: Renata Marques Conte, Coordenadora da Clínica Escola de Nutrição da Faculdade Anhanguera de Anápolis.
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