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Opinião
09/08/2015 - 12h04
Presenteísmo: corpo presente não é produtividade
Aline Brait
 

Muito se fala sobre absenteísmo, a ausência dos colaboradores no trabalho. Mas, observo que as organizações atribuem pouca ou nenhuma importância ao presenteísmo, que é o fato de as pessoas não faltarem ao trabalho, porém não produzem o que poderiam. Identificar o motivo das ausências e realizar ações de prevenção e correção é sem dúvida muito importante para qualquer empresa. Mas, ter os colaboradores de corpo presente está longe de representar produtividade.

Nem sempre é possível identificar as causas do presenteísmo. Em alguns casos, isso acontece de forma esporádica, mas em outros, o desligamento é constante e coloca em risco toda a estrutura organizacional, sobrecarregando os demais colaboradores e desequilibrando áreas inteiras. Como o desequilíbrio é gradual, passa despercebido por longos períodos.

O presenteísmo pode acontecer porque a pessoa está com problema de saúde, mas não procura auxilio médico com medo de afastar-se do trabalho. Em muitos casos, esse comportamento é explicado pela cultura da empresa que, de forma velada ou explícita, condena as faltas por problemas de saúde. Considerando que as pessoas são sistêmicas, é previsível imaginar que pessoas com problemas de saúde não tratados são incapazes de se entregar as atribuições diárias, de produzir ou criar. É importante que os líderes monitorem e orientem seus liderados a procurarem auxílio médico e cuidarem do problema com a segurança de ter esse direito assegurado, sem medo de ficar sem emprego.

O presenteísmo também pode ser causado por problemas pessoais. E, ainda no conceito de pessoa sistêmica, é humanamente impossível exercer as atividades normalmente no trabalho enquanto “a casa cai”. Com absoluta certeza a pessoa está ali, presente, mas a cabeça está longe, mergulhada no problema. Mais uma vez o papel do líder é fundamental. Claro que não é possível resolver o problema, mas, como o líder é sempre a inspiração, fica mais fácil conduzir, planejar e superar a fase.

A desmotivação também gera presenteísmo. O sucesso profissional, o reconhecimento e o crescimento na carreira fazem parte do ideal das pessoas. É fácil imaginar o que acontece quando a empresa não tem um plano de carreira bem estruturado, ou quando o tal plano só existe no papel, ou mesmo, quando o colaborador não entende aos critérios. Embora não seja correto, é natural que a frustração seja revertida de forma negativa para a própria empresa. A pessoa está ali todos os dias, mas, sem o poder de entrega, sem vontade, sem produtividade. É uma forma de vingança, mesmo que inconsciente. Novamente, o líder tem participação importante, como facilitador. Faz parte do papel da liderança mostrar como as coisas acontecem de fato, quais são os pontos a serem avaliados, o que deve ser melhorado e conduzir o caso da melhor forma possível respeitando as políticas internas da empresa. Vale também revisitar as políticas internas de carreira, avaliar se de fato as oportunidades são factíveis, tratando com a maior transparência possível. É mais fácil criar compromisso sincero com aquilo que entendemos, mesmo quando não concordamos.

Também é muito comum observar o presenteísmo em áreas onde os superiores não exercem o papel de liderança. A ausência de uma liderança é devastadora para uma equipe e, os resultados são gradativamente repassados para a organização. Digo gradativamente porque o presenteísmo vai se instaurando na equipe, às vezes de forma alternada, às vezes coletivamente. É importante que as equipes sejam observadas, monitoradas e assistidas. Dar ferramentas e oportunidades de preparação aos líderes em exercício é fundamental. Mas, saber a hora de substituí-los pode antecipar problemas maiores e reverter a situação.


Nota do Editor: Aline Brait é professora e coordenadora do curso de Administração da Faculdade Anhanguera de Sumaré.

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