O estresse não é um assunto novo na nossa sociedade, e hoje em dia é tão difundido que chega a ser banalizado. Você já deve ter ouvido alguém dizer “a fila estava tão grande que me estressei”, ou “vivo estressado neste trânsito tão caótico”. Deve ter lido alguma notícia em que alguém coloca que cometeu um crime porque estava “estressado”. É muito importante não confundir as coisas.

Estresse é uma resposta do organismo frente a situações de desgaste. Estudiosos do tema colocam o estresse como uma reação do organismo, com componentes físicos ou psicológicos que ocorrem quando uma pessoa enfrenta uma situação que a amedronte, excita, confunda, irrite, ou até mesmo que a faça feliz.

Isso mesmo, mesmo eventos felizes podem causar desgaste, como por exemplo, o nascimento de um filho. Quem já teve sabe disso. Apesar de trazerem muita satisfação pessoal, também causam muitas expectativas a serem atendidas, e não há uma resposta única para cada dúvida. Já situações como mudanças de casa ou de emprego, acidentes, casamentos, separações, perdas de amigos ou familiares, doenças, ameaças constantes, competitividade acirrada e outros acontecimentos externos sobre os quais não temos controle podem desencadear o estresse.

As causas do estresse também podem ter origem por fatores internos como tipo de crenças e valores que são alimentadas pelas pessoas, padrões de comportamento, baixa resistência à frustração, característica de pessoas que se aborrecem facilmente, dificuldade para se organizar e administrar o tempo, ansiedade constante, expectativas irreais, baixa autoestima.

Mas a boa notícia é que o estresse não é somente ruim, ao contrário, é positivo, pois trata-se de um mecanismo natural para lidar com os desafios que estão ao nosso redor. Sem nenhum estresse nosso corpo e nossa mente não reagiriam com a mesma intensidade às ameaças e necessidades do dia a dia. Sendo assim, o estresse é vital para a sobrevivência humana, no entanto é necessário mantê-lo em níveis toleráveis. Sabendo lidar com as pressões diárias, temos somente a ganhar.

O estresse em nível elevado causa sintomas que vão de psicológicos a físicos. Os principais sintomas que revelam sinais de estresse são doenças cardiológicas, problemas gastrointestinais, doenças de pele, insônia, cansaço físico e mental, redução das defesas imunológicas, diminuição da capacidade de concentração, frustração e raiva, tédio, colapso por exaustão, fadiga, depressão. É claro que sintomas isolados não querem dizer nada, é preciso um conjunto de sintomas que mostram que a pessoa está enfrentando uma crise de estresse, e é importante uma avaliação de um profissional competente para diagnosticar, tratar e acompanhar.

Podemos adotar medidas que auxiliam no enfrentamento do estresse. Vivenciar atividades prazerosas é uma delas. Sair para caminhar, ler um bom livro, conversar com amigos, assistir a um filme no cinema ou em casa, brincar com os filhos, ficar na companhia de quem se ama e por quem é amado, ou simplesmente permitir-se um tempo sozinho para refletir ou relaxar são ótimos antídotos para combater o stress.

Práticas de esportes, de relaxamento e meditação também são excelentes para combater o estresse, bem como oferecer e buscar apoio social. A convivência com as demais pessoas estimula a busca de soluções, fortalece as amizades e nos dá um novo gás para enfrentar as dificuldades cotidianas.

Para concluir, e não menos importante, a última dica é vivenciar a espiritualidade, que tem a ver com transcendência, com a busca do divino. Harmonia e paz são eficazes neutralizadores do estresse.

Nota do Editor: Marcia Avona é mestre em Psicologia, especialista em Recursos Humanos e professora do curso de Administração da Faculdade Anhanguera de Campinas – unidade JBDunlop.