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COLUNISTA
Marcelo Sguassábia
10/08/2015 - 15h05
Dia do Enteado
 
 

Nunca foram tão maus os bocados vividos pelo comércio. Cada porta ainda aberta se vira como pode para não ter que passar o ponto. Ou virar igreja. Com sorte ou persistência se arranja um fundinho de ânimo para prosseguir respirando com a ajuda de aparelhos.

Vai daí que, de novo, a necessidade vem se revelando a mãe da criatividade. Por meio de pesquisas, descobriu-se um fato surpreendente e até o momento não explorado no calendário promocional: há mais enteados no mundo do que qualquer outra coisa – incluindo aí pai, mãe, avós, irmão, namorado, sogra, cunhado e quem mais se queira elencar como homenageado no calendário promocional.

A razão é simples. De uma obviedade que dá até raiva, e que nos faz perguntar como é que nenhuma associação comercial de não sei de onde nunca pensou nisso antes. Considerando que mais ou menos 90% dos casamentos de hoje acabam em divórcio, divórcio esse que não raro resulta em outro – ou outros – casamentos, é lógico que o número de enteados tende a ser enorme e a crescer absurdamente. Imagine, por exemplo, uma sequência de cinco casamentos. E que, nas primeiras núpcias, o casal teve um filho. Esse menino só vai ter evidentemente um pai e uma mãe, mas vai ser enteado de quatro madrastas e quatro padrastos, se seus pais se casarem outras quatro vezes. Fez a conta de onde pode parar a brincadeira? Existindo o Dia do Enteado, os quatro pais e as quatro mães postiças não vão ter cara de não dar presente para o pimpolho. Isso se for um só, porque a tendência é ir aumentando a renca conforme os casórios se sucedem.

Um amigo comerciante já tem até o mote publicitário para uma primeira campanha: “ENTEado também é ENTE querido”. Desse jeito mesmo, o “ENTE” em maiúsculas para frisar o trocadilho. O tema é quase uma chantagem emocional, uma espécie de desagravo ao enteado nacional – esse injustiçado pela sociedade de consumo.

Já um outro conhecido meu, também do setor comercial, argumenta que, instituído o dia comemorativo, este será apenas mais uma data no combalido calendário de efemérides. E que sendo tantos os enteados, o interessante mesmo seria dividir os presenteados ao longo dos meses, para que o aumento das vendas contemplasse o ano todo. Dessa forma, teríamos o “Dia do Enteado nascido em janeiro”, o “Dia do Enteado nascido em fevereiro” e assim por diante. Bem pensado. Resta saber se vai pegar ou não.


Nota do Editor: Marcelo Pirajá Sguassábia é redator publicitário em Campinas (SP), beatlemaníaco empedernido e adora livros e filmes que tratem sobre viagens no tempo. É colaborador do jornal O Municipio, de São João da Boa Vista, e tem coluna em diversas revistas eletrônicas.
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