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Opinião
14/08/2015 - 17h01
Crise política brasileira
Renato Dellova
 

O Brasil conseguiu chegar à crise política por diversas razões. Se podemos apontar um começo, esse se deu pelas movimentações sociais do ano de 2013, as quais se intensificaram neste ano. Mesmo havendo motivações distintas, como as bandeiras da ordem social, justiça social, contrários à corrupção, ódio ao PT, adeptos ao PSDB, pelas roubalheiras de governantes e políticos, em nenhum dos casos se estabelecem quais os valores da sociedade e os limites para todas as discussões. É preciso lembrar também da fraqueza da presidência como um todo, pois para tudo existe um limite de atuação, inclusive para o vice-presidente, Michel Temer. A falta de habilidade política da presidente, sem contar da sua sabedoria “sapiens” e paixão pela macaxeira, ainda são fatores que não devem ser esquecidos.

Escancaradamente o PT e o PSDB, que há tempos serviam como direção e contenção, e que desempenhavam uma liderança na articulação, estão simplesmente sem rumo, o que não quer dizer que perderam a liderança eleitoral. Correndo por fora, aparece o PMDB que sempre foi um enorme “centrão” e, quando o Planalto perde o poder de agenda, o Congresso, na figura do Eduardo Cunha, a assume e vota quaisquer coisas, selecionando deliberadamente aquilo que crê ser prioridade para a Nação, como a votação favorável à terceirização recentemente.

A ampliação da crise deu-se na apresentação do Ajuste Fiscal pelo governo, tornando-se, talvez, o principal fator da crise política. Sem qualquer resposta do Ajuste tudo gira em torno do PMDB, com Temer, Renan e Cunha, o que é inadmissível.

A crise política e econômica existe no mundo inteiro e os principais temas, em ordem de importância, são os gastos públicos, injustiça social e corrupção. E por falar em corrupção, a operação “Lava Jato” também é um fator de desarranjo e acaba por atribuir e cobrar do Poder Judiciário algumas atitudes que não são dele, ao invés de Congresso e Executivo retomarem o diálogo, pois os principais atores destes poderes estão envolvidos. Por fim, o desarranjo resulta numa proposta de Reforma Política, gritantemente sem credibilidade.

Mas pode existir alguma solução para a crise, do ponto de vista mais otimista e sem inocência. Primeiro, é importante dividir o poder para além do PMDB, que detém uma força que não sabe usar em prol da sociedade e que parece não querer somente os cargos, mas sim todo o poder; segundo, que as outras frentes partidárias, além destas que já estão colocadas, devem se impor para colaborar na feitura de uma agenda.

O que não pode acontecer é deixar o governo sangrar e depois apresentar um candidato para “ganhar” a Presidência, o que seria o resultado de um hipotético romance entre PSDB e PMDB.

Apesar disso tudo, a crise política pode trazer algo positivo para a nação. Ressalto o repentino amadurecimento acerca das questões políticas e econômicas discutidas no país; a prisão de criminosos envolvidos em escândalos como o da Lava Jato; além da compreensão da condição deturpada de estado assistencialista e a busca por maneiras de como desfazer isso.

Para todo o cidadão fica a lição de que não há qualquer garantia de que os candidatos cumprirão suas promessas de campanha, apesar dos discursos bem elaborados e eloquentes (não lógicos). Mas pode haver garantia do envolvimento por parte da sociedade para conhecimento do funcionamento do Estado, da pessoa do candidato, sua formação, projetos e fiscalização de suas ações.


Nota do Editor: Renato Dellova é mestre em Direito das Relações Econômicas Internacionais, professor de Direito e Ciência Política e coordenador do Núcleo de Práticas Jurídicas da Faculdade Anhanguera de Campinas – Unidade Taquaral.

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