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Crônicas
19/08/2015 - 09h00
As dores de quem não tem emprego
Maria Cândida Vieira
 

Eu sou apenas uma pessoa entre tantas outras enfrentam o drama do desemprego no Brasil, tendo que lidar diariamente com a angústia de não ter como me sustentar nem estar aproveitando o meu potencial produtivo numa idade em que era para estar ativa, ter a minha independência financeira e direcionar minha vida.

Não ter emprego em um mundo regido pelo dinheiro torna a nossa vida limitada, impedindo-nos de usar a nossa capacidade de trabalho, de prover as nossas necessidades e até de lutar por nossos sonhos. Como podemos viver dignamente, melhorar nossas condições e lutar por nossos sonhos sem trabalhar e ganhar algum dinheiro para, pelo menos, fazer um curso ou até investir em nosso futuro? Ainda que não queiramos, pois ninguém está sem emprego porque quer, terminamos por nos sentir inúteis, vendo nossos dias se passarem numa monotonia vazia que nos leva a perguntar: “Quando acabará? Quando terei algum controle sobre a minha vida e não me sentirei mais um barco à deriva percorrendo o oceano ao sabor do vento?”. Desconheço se outros sentem o que descrevi, mas é o que sinto e, caso alguém se identifique com o que descrevi, saiba que tem toda a minha solidariedade.

Além da angústia e da incerteza, podemos começar a nos perguntar se estamos sem emprego por não termos nos esforçado o suficiente ou falta de capacidade. E esta sensação pode piorar bastante (porque nunca faltam aquelas pessoas que dizem a coisa errada na hora errada) quando alguém dá palpites e diz: “Por que não faz isso?”; “Ora, precisa se esforçar!”. Eu já ouvi muitos comentários zombeteiros, mas o pior foi o de alguém que disse: “Já era para ter sua independência financeira, você está dando vacilo!”.

Ouvir isto doeu muito, porque eu sempre sonhei ser uma pessoa útil, produtiva, capaz de viver em sociedade e de cuidar de mim mesma. Nunca quis viver às custas de ninguém nem ser um peso morto.

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