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Opinião
31/08/2015 - 11h14
Muito barulho por bobagem
Dartagnan da Silva Zanela
 

(1)
Então o Evo Morales ameaçou, ao vivo e a cores, invadir o Brasil pra defender a Dilma dum possível impeachment? Que fofo! Mas é assim mesmo: as mediocridades comunas se procuram sempre e fazem de tudo pela preservação da sua espécie e, ao mesmo tempo, posam de vítimas com todo aquele mimimi golpista artificioso e intragável.

(2)
Quando somos acometidos por uma crise de vaidade, o remédio é bem simples. Imagine como seria o mundo sem você. Detalhe: não imagine como o mundo ficaria após sua morte, porque bem provavelmente algumas pessoas sentirão a sua falta e irão chorar a sua partida. Imagine sim como seria o mundo se você nunca tivesse existido. Imagine que o Fulaninho de Tal nunca tenha sido parido. Pois é, tirando alguns pequenos detalhes, morrendo ou nunca existindo, o fluxo da vida continua o mesmo. Outro detalhe: lembre-se, sempre, que são nos pequenos momentos, onde a vaidade nos cega, que nossa existência torna-se significativa. O resto é conversa fiada. Enfim, levando ou não essas palavras em consideração, o melhor que há pra fazer é curarmo-nos dessa frivolidade que sazonalmente recai sobre nossos ombros e parar de xaropear, porque não somos tudo o que imaginamos ser, mas, bem provavelmente, somos algo muito significativo que não paramos pra perceber.

(3)
Se não fizermos alguma coisa, os jovens serão o futuro de nosso decrépito país. Pior! Eles serão a nossa cara; piorada, mas serão a nossa cara escarrada.

(4)
Os jovens não são maus aprendizes não. Pelo contrário. Os mancebos são excelentes imitadores de nossos maus hábitos e é isso que nos assusta, pois, mesmo sendo tão novinhos eles já conseguem ser tão ruins quando nós somos maus, imagine como eles serão quando tiverem a nossa idade?

(5)
Quando moleque, meu pai sempre me dizia: “não seja bom, meu filho; procure ser o melhor. O mundo está cheio de bons; mas o que o mundo precisa, mesmo, são dos melhores”. E que a verdade seja dita: meu velho tinha e tem razão. Quem diz querer ser bom está apenas, com outras palavras, afirmando que é medíocre e que quer muito continuar sendo. Procurar ser melhor que a média é almejar a grandeza e poucos desejam isso. Aqueles que desejam superar a mesmice de si compreendem com clareza o conselho de meu pai; já os anódinos preferem esquivar-se dessas letras escondendo-se em sua própria mediocridade como se ela fosse algum sinal de distinção.

(6)
A esperança é aquela luz que discretamente brilha em meio às agruras do dia a dia que tanto insistem em dizer sorrateiramente ao nosso coração que nada há para além das horas soturnas do infindável dia.

(7)
O bom aprendiz é aquele que sabe que seu horizonte de compreensão deve ser ampliado, constante e pacientemente, para apreender algo significativo da realidade. O pseudo-aprendiz é aquele que imagina que tudo é pequeno demais para merecer a sua atenção; para ele nada é maior que seu inchado ego.

(8)
As doenças existem para aprendermos que não somos tão fodasticos como imaginamos ser.

(9)
O limite é o que dá sentido à liberdade; é o que dá vida a democracia. Não ter limites é o caminho para o totalitarismo; é a própria vida da tirania.

(10)
A seriedade dum trabalho intelectual não está no rigor formal de sua apresentação. Não é a formatação de acordo com os ditames da ABNT que o tornam respeitável. É na seriedade da atividade intelectual que se aplica na procura pela verdade que se encontra a dignidade desse tipo de lavoro. Ponto. De mais a mais, do rigor formal, vazio e estéril, pode surgir uma elegante farsa. Já a sinceridade de intenção, deselegante e cabocla, constrange, invariavelmente, qualquer larápio cerebral.

(11)
Essa conversa mole de rigor acadêmico é uma espécie de Viagra para animar mentes que sofrem de impotência intelectual.

(12)
Uma coisa é o rigor formal esterilizante; outra coisa, tão nociva à inteligência quanto essa é a preguiça intelectual alimentada pelo orgulho da ignorância voluntária que finge superioridade por através duma dissimulada informalidade que mal consegue se esconder atrás do seu miserável universo cultural formado tão somente por meia-dúzia de estereótipos politicamente-corretos e um punhado de cacoetes ideológicos.


Nota do Editor: Dartagnan da Silva Zanela é professor e ensaísta. Autor dos livros: Sofia Perennis, O Ponto Arquimédico, A Boa Luta, In Foro Conscientiae e Nas Mãos de Cronos - ensaios sociológicos; mantém o site Falsum committit, qui verum tacet.
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