— Mãe... — Hã? — Quê que é Uber? — Uber? Ah, Uber... Hum... deixa ver como te explico, filhote. — É difícil de explicar? — Né, não, Ravi... É que cê ainda é pequeno e ... — Ah, mãe, explica só mais ou menos... — Então, filho... Não tem os táxis? Esses que de vez em quando a gente chama na rua? — Sim... — Pois é, Uber não é isso... — Uai, então pra que cê tá falando dos táxi? — Pra te explicar, menino... Pois é, Uber é um carro que não é o táxi, mas a gente aluga... — Aluga? — Sim, Ravi. Imagina que cê quer ir na vovó, lá do outro lado da cidade. — Hum... E a casa da vó é longe pra burro, né, mãe? — Ô! Pois é, a pé não dá! A gente não quer chamar um táxi, chama o Uber. — Ah, e por que a gente não chama o táxi? A gente sempre chamou... — Então, Ravi. Se quiser chamar chama, mas se não quiser chama o Uber. — E qual a diferença pra não chamar o táxi? — Bom, eu nunca chamei o Uber, mas dizem que é melhor... — É? — O carro é mais novinho, o motorista é mais arrumadinho... — Oh! — É... E dizem que é chique dentro do carro... Ah, sei não, menino! — Tá bom, mãe, já entendi. — Cê tá querendo ir na vovó, Ravi? — Não, mãe. Hoje nem é domingo, né? — Uai, então pra quê essa pergunta de Uber, menino? — É que eu vi a Sofia falando com a amiga dela... — Sofia? Ué, quê que a sua irmã tava falando? — Ela disse que tá a fim de um menino de Uber. — Tá a fim? Ah, já sei! É o sobrinho da dona Cristina... — Do Uber? — Não, filhote! De Uber-lândia...
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