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SEÇÃO
Crônicas
05/09/2015 - 10h00
Era uma vez...
Dartagnan Ferraz
 

Admiro demais as pessoas que sabem contar histórias. Isso porque sou quase uma nulidade nessa área. Conto muito mal qualquer história por mais que me esforce. Gosto mesmo é de ouvir. Quando menino passava horas ouvindo pessoas adultas contando toda sorte de histórias: as de Pedro Malasartes, das Mil e uma Noites, de Caipora, Papa-Figo, Saci Pererê e do escambau. Gostava inclusive dos relatos dos mentirosos eméritos. Se é uma coisa que gosto mesmo é de ouvir histórias. Ainda sou o mesmo menino abobalhado que ficava de boca aberta ouvindo as histórias contadas à noite, mesmo as de assombrações que me metiam e metem um medo danado. A mim fascinava e impressionava aquela frase inicial: “Era uma vez...”. De boca aberta, repito, coração tocando timbalada, às vezes tremendo de medo se fosse história de assombração, eu ficava ouvindo as narrativas. Tentava decorar algumas, mas isso nunca foi o meu forte, apenas lembro algumas e quando conto, conto muito mal. Infelizmente.

Sinto que hoje os contadores de histórias estejam em baixa, a tevê está acabando com essa arte notável. Um hábito que ensinava mais que a tevê, na medida que a gente fantasiava, raciocinava, memorizava e às vezes interagia com o narrador.

Há um filme que não canso de assistir: “Entre dois Amores”, interpretado por Robert Redford e Meryl Streep, dos grandes atores. A música é linda e a paisagem deslumbrante. Um filmaço. Mas o que mais me impressionou no filme é que a heroína é uma contadora de histórias. Ela fascinava as pessoas com a sua habilidade. O filme se passa na África, quando ela recebe visitas conta as histórias, alguém diz qualquer frase e ela a transforma numa linda história.

O filme me lembra da minha infância, dos contadores de histórias da minha terra, gera saudades, me faz recordar algumas histórias, faz meus olhos marejarem, lembro daquele “Era uma vez...”, e também do que os contadores diziam no final: “E entrou por uma perna de pinto e saiu por uma perna de pato, o rei mandou contar mais quatro”. Que saudade do tempo que se contavam histórias à noitinha, com cadeiras nas calçadas. Ah, saudade...

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