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Opinião
12/05/2005 - 17h01
Agredindo a História
Corsino Aliste Mezquita
 

De longa data venho afirmando que alguns de nossos políticos se consideram os iniciadores da História. Nada do que foi feito antes merece consideração e apreço. Para eles a História começou no dia que galgaram o poder. O passado só deixou como herança mofo, bolor, musgo e coisas erradas para serem consertadas.

Freqüentemente essa desmoralização do passado é feita para ocultar mazelas do presente, dos mais diversos graus e matizes e pouco visíveis à população em geral. Também para desviar a atenção da própria incompetência.

As causas para essa negação do passado estão ligadas à falta de conhecimento histórico e administrativo daqueles que se sentem vivenciando o momento definitivo da história. Só esse desconhecimento pode explicar a falta de fundamentação histórica e técnica das razões alegadas, pela Secretaria Municipal de Educação, para desativar a EM Ernesmar de Oliveira, no bairro da Praia Dura.

Aquela escola, como tantas outras, tem uma longa história de serviços prestados. Existiram protagonistas, dessa história, e não podem ser esquecidos ou desconsiderados.

A primeira sala de aula, a cozinha e os banheiros, dessa unidade escolar, foram construídas em 1975. A estrutura do telhado nunca foi modificada.

A segunda sala de aula, a secretaria e a diretoria foram construídas, em 1983, acompanhando a estrutura existente. Naquele mesmo ano foi construído também o Posto de Saúde. Ninguém solicitou, em todos esses anos, mudanças na estrutura do telhado. Isso leva a pensar que, os atuais administradores, não avaliaram convenientemente os efeitos da maior tromba d’água acontecida na história daquela escola.

Durante o período, 1975 a 2000, o prédio prestou serviços como escola estadual. Em janeiro de 2000 foi assumido pela Prefeitura e continuou a prestar serviços sem maiores problemas. Em 2003 o telhado foi consertado, uma nova sala construída, a toque de caixa, para atender a demanda crescente, e reformada a cozinha e os sanitários. Os serviços foram feitos sem prejuízo do atendimento aos alunos e por um custo insignificante. A Srª Secretária Municipal de Educação ao afirmar : "considero que a reforma feita, em 2003, foi um desperdício" (Ubatuba Víbora 07-05-05) deu, no mínimo, um atestado de desconhecimento da realidade existente, naquele momento, e das melhorias que foram feitas na escola.

A seguir a Srª Secretária afirma: "Nós vamos ter que refazer o telhado, rever a questão da sala construída em cima da fossa, as instalações elétricas e a pintura, enquanto poderíamos estar realizando novos projetos".

Fazer o que a Srª Secretária relaciona acima é muito pouco. Isso terá que ser feito, em todas as escolas e no prédio da Secretaria, constantemente. Já que desativou a escola não pode pensar pequeno. O ideal será pensar grande, projetar soluções para o futuro. Em 2003 foi desapropriada a área contígua à escola, com mais de 900 m², visando remover o Posto de Saúde, por estar em local inadequado e a escola estar interferindo nos seus serviços, construir novas salas de aula habilitando-a para atender a Educação infantil, ampliar a cozinha, o refeitório, as áreas de recreação e criar ambientes amplos e arejados que permitam atender, confortavelmente e com qualidade, maior número de alunos.

Agora, a Secretaria, dispõe de espaço para desenvolver um projeto grandioso que, pensando com visão de futuro, foi preparado pela administração 2001 - 2004. Fazer ou não fazer, o que é possível e necessário, depende dos atuais dirigentes. Receberam o caminho aberto e previsão orçamentária para isso.

A frase: "enquanto poderíamos estar realizando novos projetos" confirma as declarações que a Srª Secretária tem feito, tantas vezes, em público e em privado. Não conhecia a realidade da Secretaria e continua sem conhecê-la. Caso queira ter sucesso terá que, organizar equipes que, paralelamente, cuidem da manutenção e da construção de novas escolas. O que está acontecendo, na Secretária Municipal de Educação, é conseqüência da desestruturação das equipes existentes, sem colocar, no lugar, as pessoas adequadas e com conhecimento da Prefeitura para dar continuidade ao que vinha sendo feito. Seria bom para o município constituir, com urgência, equipes experimentadas e boas condições de trabalho.

Não dá mais para culpar o passado. Cada ator deve assumir suas competências e incompetências. A história não costuma ser agredida impunemente.


Nota do Editor: Corsino Aliste Mezquita, ex-secretário de Educação de Ubatuba.

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