O 7 de setembro é um dia de alto significado para os brasileiros, embora muitos não saibam. Afora a Independência, motivo do feriado nacional, outros fatos relevantes ocorreram num dia como este. Em 1906, Alberto Santos Dumont tirava o seu famoso 14-bis do chão pela primeira vez, em Bagatelle, uma localidade de Paris. No ano de 1920, era criada a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), também denominada Universidade do Brasil, a primeira de pesquisa. Dois anos depois, em 1922, ocorria a primeira transmissão radiofônica no país e em 7 de setembro de 1961, tomava posse o vice-presidente João Goulart em lugar de Jânio Quadros, que renunciara a 25 de agosto. Rejeitado pelos militares, a posse de Goulart só foi possível com a instituição do parlamentarismo, com Tancredo Neves escolhido primeiro-ministro. Criado às pressas e para resolver uma situação de momento, o parlamentarismo não estava na vontade do povo e nem na compreensão de seus próprios operadores. No plebiscito de janeiro de 1963, o povo votou “não” e o parlamentarismo acabou. Devolvidos os poderes ao presidente, ele governou até 31 de março do ano seguinte, quando foi deposto e implantou-se o regime militar, que duraria 25 anos. O país e o mundo de setembro de 2015 são diferentes do de 1961, mas o Brasil vive outro momento crítico. Os modelo de governo implantado na restauração democrática está manchado pela corrupção e padece da impopularidade e do risco da ingovernabilidade. Não há o risco pelo menos iminente de quebra da democracia, mas vive-se o dilema de como sustentá-la. No fundo, vivemos um momento crítico que exige as soluções mais rápidas possíveis. A atividade produtiva está seriamente comprometida pela crise. O desemprego, a queda dos mercados e o sofrimento do povo já são visíveis e carecem de medidas governamentais que orientem a política e nos recoloquem no rumo da prosperidade. O momento é de união nacional pelo país, pela democracia e, principalmente, pela luta sem trégua no combate à corrupção. 7 de setembro é uma data forte para o Brasil e sugere decisão daqueles que podem decidir e fazer a diferença... Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).
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