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Crônicas
13/05/2005 - 07h39
Baseado em fatos reais
Seu Pedro
 

Vai-se o tempo em que um estudante valia um bom bate-papo. Não havia um, há décadas, que não nos dissesse que sonhava em ser médico, advogado, engenheiro, escritor e até jornalista. Parece que os valores profissionais mudaram para os que estão estudando o fundamental, pois a maioria nos fala em querer ser jogador de futebol, artista de televisão, político ou corredor de Fórmula I, mesmo que para chegar sempre em segundo, a exemplo do Rubinho Barichello.

Já contei que um dia me adentrou a redação uma jovem recém saída da faculdade de jornalismo, que para ela deve ter sido uma dificuldade, e eu, movido pela vontade de saber se a nova colega se daria bem com a imprensa escrita, fui-lhe perguntando: - Qual seu veículo preferido? Ela nem parou para respirar, quanto mais para pensar, e lascou: - Fiat Uno, pois é um carro popular que gasta pouca gasolina.

Bom, tempo em que não nos preocupávamos com terceiro grau, mas com um bom grau de conhecimento que desse para o gasto e sobrasse, dentro daquilo que propúnhamos fazer. Eu mesmo nunca alisei banco de cursos superiores, e mesmo não me sentido superior, em nada, tenho até tido bom desempenho no jornalismo que pratico desde 1966, quando o diploma ainda era para outras nobres profissões. Jornalista era alguém que trazia na veia a verve da interpretação dos fatos e da escrita.

Mas assim mesmo, na certeza de que ainda encontro alguns jovens de bom papo, procuro conversar com estudantes de todas as classes e sexos. Há um ditado, maldoso, que diz que para cavalo velho o remédio é capim novo. E garanto que para cérebro velho o remédio é idéias novas. Estão difíceis, como digo, mas não impossíveis de conseguirmos. É um garimpo onde aqui e acolá se encontra uma pepita.

Há poucos dias me surpreendi ao conversar com dois jovens, em horários e colégios diferentes.

O primeiro, sintomaticamente pobre, com dificuldades até em tirar tantas "xeroz" exigidas pelas professoras do ensino público gratuito. Abro parênteses: - Mais barato sim, mas gratuito não! Ele, o jovem, me falava com entusiasmo em seguir à carreira de professor. Professor? Por que? Ele me disse que tinha a vontade de melhorar a escola, dando de si sem pensar em si. Utopia? Não, se cada um pensar desta maneira as escolas melhoram, os jornais serão mais bem escritos.

O segundo, e parecia representar um grande grupo, era uma tal de dizer "sei não". Sei não daqui, sei não de lá, ele argumentava que depois ia pensar. Nem em ser jogador de futebol havia pensado ainda! Pedi-lhe então que me explicasse, baseado em fatos reais, a razão de sua indecisão. Não deu outra: - Baseado em fatos reais só conheço cigarro de maconha feito com papel de jornal!

Contra fatos não há argumentos!


Nota do Editor: Seu Pedro é o jornalista Pedro Diedrichs, editor do jornal Vanguarda, de Guanambi, Bahia.

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