Não gosto de discutir sobre o que é ou o que não é politicamente correto, acho um papo qualquer coisa de chato. Prefiro investir na prática, procurar sempre ser eu mesmo, viver com dignidade e respeitando os outros. No que se relaciona à mulher, talvez eu esteja meio antiguado porque ainda permaneço um cara à antiga. Por exemplo: acho que a mulher é por natureza romântica, pelo menos a maioria. E isso não tem nada a ver com a “Amélia” do samba. Mais: a mulher adora um clima romântico, flores, música, ser cortejada e ser amada como merece, sem a pressa que aniquila o verso do amor, sem grossura, sem egoísmo... A mulher tem direito a todas e possíveis preliminares do amor. Esses machistas do pá-pá-pá-pá e priu, que esquecem de fazer seu dever de casa em relação a sua parceira, o galinho que se satisfaz e deixa a mulher subindo pelas paredes, esses podem ser bonitos, ricos e poderosos mas são candidatos certos a um par de chifres. O amor é troca, é dar e receber, receber e dar, é partilha. Quem manja um pouquinho de contabilidade sabe que a cada débito corresponde um crédito, no amor se aplica esse princípio. Vinicius de Moraes, numa crônica famosa, que foi título de um dos seus livros, “Para Viver um Grande Amor”, deu a receita. Vejam os romances marcantes de três grandes mestres da literatura: Flaubert, Tolstoi e Stendhal. A Bovary do primeiro traiu porque o marido não era romântico e nem criativo. A Anna Karenina do segundo a mesma coisa. E o Julien Sorel do terceiro só fazia sucesso com as mulheres porque era romântico. Esses escritores perscrutaram a alma feminina. Sei não, mas acho que mesmo na modernidade, é preciso haver um clima romântico no relacionamento com as mulheres. Os prazeres do amor não podem ser limitados só a uma das partes, tem que haver prazer recíproco. Todo cuidado é pouco. Inté.
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