O acordo efetuado entre os Estados Unidos, Japão e mais dez nações vislumbra a possibilidade de se criar um mercado que possa garantir, entre os países membros, condições de negociação livres de barreiras alfandegárias e uma maior flexibilização tarifária, como os impostos de importação. A necessidade do acordo comercial, que ainda passará pelo Congresso norte-americano, visa minimizar os problemas que existem. Um exemplo é a China, em virtude do grande potencial de consumo e venda dos seus produtos a preços competitivos. Os países trabalhando de forma isolada, inclusive os Estados Unidos, não teriam força para competir com os preços negociados pelo mercado chinês. Desta forma os países integrantes do acordo comercial podem conseguir negociar seus produtos em condições mais competitiva, minimizando a dependência de países que hoje são muito maiores e que possuem uma alternativa de produzir em economia de escala. A inércia do Brasil acabará prejudicando uma parte das suas exportações. Alguns dos países envolvidos consomem os produtos brasileiros e poderão, com o acordo, efetuar a aquisição entre os que fazem parte da TTP em condições mais favoráveis. De acordo com estudos da Fundação Getúlio Vargas, a perda poderá ser de 2,7% e atingir 5% das exportações, principalmente se houver uma extensão do acordo com a União Européia – que já esta sendo alinhavada. Isso poderá dificultar ainda mais a situação brasileira. O acordo prejudicará de forma direta as exportações de produtos e preparados de carnes, além de máquinas e equipamentos e produtos automotivos. Essa situação estrangulará o país e prejudicará o desenvolvimento futuro dos seus negócios, já que, para manter a sua condição atual, terá que flexibilizar preços para ser mais competitividade. A busca pela competitividade permitirá que os produtos negociados entre os membros sejam mais customizados e competitivos, fazendo com que os países não participantes tenham dificuldades de comercializar seus produtos. A discussão política e a falta de flexibilização do governo brasileiro já deixou o Brasil fora de acordo com a ALCA – Área de Livre Comércio das Américas e acabou alinhavando um acordo com o Mercosul que infelizmente é um mercado de potencial muito menor. O acordo de livre comércio entre os países membros é mais fraco e acabou acontecendo um prejuízo significativo. E, novamente por falta de uma estratégia mais arrojada, o Brasil deixará de participar de uma fatia maior do mercado, talvez por preocupações e protecionismo o que não cabe em um mundo globalizado. É fato que, para o Brasil participar de um acordo dessa envergadura, infelizmente terá que aceitar as regras já implementadas e não poderá propor alterações no meio do caminho. Isso dificulta os negócios com os produtos brasileiros. Além disso, os caprichos de uma política intervencionista irão nos marginalizar e abrirão espaços para outros países se beneficiarem com o acordo, como o Chile, Peru e México. A alternativa é que o Brasil, por meio do Mercosul, possa alinhavar um acordo internacional com o Mercado Europeu e tentar recuperar massa muscular. Mas é importante ressaltar que não poderá ficar na inércia. Porém, para isso, precisará ajustar regras com seus países membros. Chegou o momento de o governo brasileiro deixar de lado a “politicagem” e agir para salvaguardar interesses na recuperação das empresas brasileiras. Nota do Editor: Reginaldo Gonçalves é coordenador do curso de Ciência Contábeis da Faculdade Santa Marcelina (FASM).
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