05/08/2025  03h54
· Guia 2025     · O Guaruçá     · Cartões-postais     · Webmail     · Ubatuba            · · ·
O Guaruçá - Informação e Cultura
O GUARUÇÁ Índice d'O Guaruçá Colunistas SEÇÕES SERVIÇOS Biorritmo Busca n'O Guaruçá Expediente Home d'O Guaruçá
Acesso ao Sistema
Login
Senha

« Cadastro Gratuito »
SEÇÃO
Opinião
14/10/2015 - 17h05
Autocrítica é bom, mas nem tanto
Heloísa Capelas
 

Parar para avaliar nossas atitudes de tempos em tempos é sempre bom, seja no aspecto pessoal ou profissional, sempre encontraremos algo que precisa ser melhorado e isso é fundamental para o crescimento de qualquer ser humano. O problema começa quando a autocrítica é excessiva e começa a atrapalhar e muito esse desenvolvimento. É imprescindível que olhemos para nós mesmos e para a nossa trajetória isentos de julgamentos, cobranças e culpas. Só assim teremos uma visão mais próxima da realidade, daquilo que somos e não daquilo que gostaríamos de ser. E, quando chegarmos a esse ponto, teremos a oportunidade de identificar quais foram nossas reais conquistas, aquelas pelas quais merecemos nos valorizar, parabenizar; bem como, quais são os nossos pontos fracos, que merecem atenção e cuidado.

A maior parte das pessoas carrega, para si, consciente ou inconscientemente, o paradigma da perfeição. Em outras palavras, atribuiu um significado único e individual ao conceito de “perfeição” e passam a vida tentando alcançá-la. Acontece que nós somos imperfeitos, temos nosso bem e nosso mal. Se não soubermos reconhecer e valorizar nossas vitórias, em detrimento às eventuais falhas e derrotas que aconteçam pelo caminho, estaremos fadados a viver na frustração.

O mesmo ocorre na área profissional, justamente pelo excesso de autocrítica e por buscarem a perfeição incessantemente. Uma coisa é estabelecer metas reais e trabalhar para alcançá-las, sabendo que exigirão esforço, dedicação e, eventualmente, a capacidade de superar obstáculos. Outra coisa é estipular objetivos inatingíveis – como nunca errar, nunca falhar, nunca perder – e trabalhar em prol dessas metas ignorando que esses obstáculos podem, sim, aparecer pelo meio do caminho. A principal diferença entre a primeira e a segunda situação, é que, na primeira, a pessoa tem melhor compreensão de si mesma e de sua trajetória; sendo assim, terá mais chance de reconhecer suas falhas e aplaudir suas conquistas. Na segunda situação, a pessoa tende a sofrer e ficar frustrada sempre que falha em algum aspecto, ainda que o resultado tenha sido uma vitória. Afinal, para ela, a meta é a perfeição e não o resultado, em si.

Já na vida amorosa, o ato de se apaixonar é parametrizado em nossas vidas de diversas formas: em filmes, músicas, nas relações que vemos ao nosso redor e outros momentos. Por isso, muita gente espera se apaixonar dentro desses parâmetros e ignora que cada um tem a capacidade se sentir essa emoção de forma individual e incomparável. Quando permanecemos referenciados ao que nos é externo tendemos a acreditar que aquilo é melhor que o que temos.

A crença de que o do outro é melhor que o nosso, que a relação do outro casal é melhor ou a profissão do outro também, tem tudo a ver com a falta de autoconhecimento. Quando não nos olhamos, não nos reconhecemos com profundidade, tendemos a nos referenciar com base no outro, no que nos é externo. E, referenciados pelo o que nos é externo, acreditamos que o outro tem e faz é melhor.

Conheço uma porção de gente que coleciona vitórias em todos os âmbitos da vida, mas, na hora de falar sobre si, prioriza as desilusões, os erros e as falhas. Quando ficamos mais focados e apegados aos nossos erros do que aos nossos acertos, é o momento de perceber que a autocrítica está realmente excessiva. Como disse, ninguém é perfeito. É preciso ajustar o foco, mudar de perspectiva e perceber que fizemos o melhor que pudemos.

Conseguimos lutar contra o excesso de autocrítica, a partir do autoconhecimento e do amor-próprio. Precisamos compreender que a única pessoa responsável por conquistar e valorizar as próprias conquistas, bem como por assumir e superar as falhar SOMOS NÓS MESMOS. Por isso, é preciso voltar os olhos para si e percorrer o caminho da compreensão, da autovalorização e do perdão para conosco e em relação aos que nos cercam. 


Nota do Editor: Heloísa Capelas é autora do livro o Mapa da Felicidade (Editora Gente). Especialista em Autoconhecimento e Inteligência Comportamental, é palestrante e atua no desenvolvimento do potencial humano há cerca de 30 anos.

PUBLICIDADE
ÚLTIMAS PUBLICAÇÕES SOBRE "OPINIÃO"Índice das publicações sobre "OPINIÃO"
31/12/2022 - 07h25 Pacificação nacional, o objetivo maior
30/12/2022 - 05h39 A destruição das nações
29/12/2022 - 06h35 A salvação pela mão grande do Estado?
28/12/2022 - 06h41 A guinada na privatização do Porto de Santos
27/12/2022 - 07h38 Tecnologia e o sequestro do livre arbítrio humano
26/12/2022 - 07h46 Tudo passa, mas a Nação continua, sempre...
· FALE CONOSCO · ANUNCIE AQUI · TERMOS DE USO ·
Copyright © 1998-2025, UbaWeb. Direitos Reservados.