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Opinião
15/10/2015 - 11h01
Notas dum diário borrado
Dartagnan da Silva Zanela
 

(1)

O Brasil é um país que valoriza tanto, tanto a cultura, que os livros são encontrados em todas as partes, inclusive nos cestos e latões de lixo, porém, raramente são vistos diante dos olhos dum leitor, haja vista o minguado número desse tipo humano nestas terras de piriguetes, pitboys e similares.

(2)

A hipocrisia que reinou em outras épocas utilizava os livros como artigos decorativos. Os indivíduos desprezavam o conteúdo dos volumes, mas admiravam a sua luminosa presença, manifesta através de suas sólidas e delicadas curvas. Hoje, o cinismo que impera, confessa desavergonhadamente o seu total desprezo por eles. E faz-se isso de tal maneira que nem mesmo beleza esses tipinhos reconhecem na forma dos volumes, sem falar que eles desprezam totalmente a luz que habita nas páginas impressas.

(3)

O Brasil está cada vez mais com as feições de um manicômio. E, nessa casa de lunáticos, a classe falante seria formada basicamente por neuróticos, o legislativo por esquizofrênicos, o judiciário por catatônicos de toda monta e o executivo por uma horda de psicopatas dos mais variados tipos. Não que isso esteja sendo desenhado nessa ordem, mas inevitavelmente está ficando com essa forma. Não é à toa que o povo esteja tão aturdido sem saber o que fazer com as tais instituições de nossa embriagada democracia. Não é à toa mesmo.

(4)

Não perca tempo dando trela para as sandices de um cidatonto; apenas puxe a descarga e siga seu caminho que o fulaninho seguirá criticamente o dele.

(5)

As palavras que na realidade conhecemos são a medida do nosso conhecimento da realidade.

(6)

Aquele que não compreende o sagrado e suas inspiradas letras, por ver-se imerso em sua imensurável e presunçosa ignorância, prefere esconder-se sorrateiramente por trás de versículos mal recortados para não ter de ver a luz da Verdade e, desse modo, acaba semeando (in)voluntariamente a divisão soberba através da sordidez dos atos de sua pútrida alma mal disfarçada numa pose chinfrim e afetada de pseudo-sobriedade.

(7)

Todo aquele que se apega a fragmentos dum texto, confessa sua total incapacidade para compreender o contexto duma única só palavra. De um texto inteiro, nem pensar. Para tanto, exige-se um bom tanto de tutano. Na verdade, gente desse naipe, não passa de um poço sem fundo de incompreensão presunçosa.

(8)

Toda e qualquer finalidade que não seja clara acabará por gerar uma forma turva e ensejar uma substância obscura na ação que estiver lavorando pela sua realização, pouco importando as intenções que o agente tenha em seu coração.

(9)

Sempre haverá alguém fazendo o serviço sujo para que alguns incapazes digam que o dito cujo foi mal feito.

(10)

O discurso politicamente correto esvazia a vida da riqueza de seu conteúdo, tornando-a oca e insípida tal qual a cuca daqueles que vivem com esse tipo de falatório na boca.

(11)

Quem não tem apresso pela verdade, nem deseja conhecê-la, não tem direito a opinar sobre nada.

(12)

Todo aquele que quer ser muito esperto acaba, cedo ou tarde, levando um pialo de sua excessiva malandragem e caindo no conto sem fim de sua própria picaretagem.

(13)

Todos dão testemunho de algo através de seus gestos, atos, palavras e pensamentos. Cientes ou não, acabamos dando testemunho da boa ou má conduta alheia e, principalmente, de tudo o que fazemos e somos. De maneira digna ou ímpia, o testemunhar é a essência de nossa humana condição, mesmo que insistamos em negar essa ululante realidade.

(14)

Brasília é um circo caro, feio e com um espetáculo pra lá de chato. E a grande palhaçada é que o ingresso é compulsório e não tem como devolver. Você pode até reclamar, mas não vai adiantar não, porque o espetáculo, você sabe, continua.


Nota do Editor: Dartagnan da Silva Zanela é professor e ensaísta. Autor dos livros: Sofia Perennis, O Ponto Arquimédico, A Boa Luta, In Foro Conscientiae e Nas Mãos de Cronos - ensaios sociológicos; mantém o site Falsum committit, qui verum tacet.
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