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Crônicas
16/05/2005 - 06h00
Invasões bárbaras
Mário Sérgio Barroso - Agência Carta Maior
 

A imprensa oficial divulgou recentemente, que mais de mil pessoas por dia são presas por tentar entrar ilegalmente nos Estados Unidos, desse total, cerca de cento e cinqüenta são brasileiros.

Esta é uma invasão que não tem por princípio destruir o império americano, como foram as invasões bárbaras no Império Romano, parece apenas mais uma tentativa desesperada dos atuais bárbaros, que ainda não vêem outra alternativa, senão desfrutar da honra de ser um cidadão americano.

27 a.C a 476 d.C

Este é um período muito famoso nos livros de história: o Império Romano. Império que nasceu do domínio militar e cultural de toda a península itálica e de outros tantos territórios. Começando com as Guerras Púnicas (séc. III a.C.), conquistando a supremacia no Mediterrâneo, transformando-o em "Mare Nostrum". Seguindo pela Grécia, Egito, Gália, Macedônia, Germânia, Trácia, Síria e Palestina.

Eis que se consolidou um império: a terra dos homens donos da terra, escravagistas, canibais de corpo e alma.

Depois de mais de cinco séculos de supremacia, todos os prejudicados pelas atrocidades praticadas pelos imperadores e seus soldados, revoltaram-se. Homens, que por não aceitar a humilhação da servidão, eram tidos como bárbaros (visigodos, vândalos, burgúndios, suevos, saxões, ostrogodos, hunos, entre outros).

É fato que a cultura romana deixou alguns legados, nas mais diversas áreas (cultura, artes, política, religião), mas também deixou alguns ensinamentos, como o de que a leoa que amamentava Rômulo e Remo não passava de um bibelô, que foi destruído com unhas e dentes pelo povo e pelo tempo.

4 de julho de 1976 até 2005

Os atuais Estados Unidos da América originaram-se de 13 colônias britânicas estabelecidas na costa atlântica da América do Norte, a partir do século XVII. Em 1776, uma revolta foi organizada pela classe que comandava os colonos, surge então, uma "guerra de independência".

Da metade do século passado, aos dias de hoje, os Estados Unidos tornaram-se a única superpotência militar e econômica do mundo, com influência geopolítica em nível global. Começando pela América e estendendo-se por diversas partes do mundo, eis que surge um novo império, com muitas características do antigo. Tanto pelos efeitos de sua influência cultural e política, quanto pela sua forma de governar suas colônias: violenta e unilateralmente.

E.U.A. e Roma

Os Estados Unidos da América também dominam territórios muito além de suas fronteiras, assim como o Império Romano fez. Desta forma, o Brasil está para a Macedônia como os cubanos estão para os povos germânicos (bárbaros) e, quem sabe, George W. Bush esteja para Romulus Augustos (último imperador do Ocidente, deposto no ano de 476 d.C., data que se tornou um marco de divisão histórica entre o fim da Antiguidade e início de uma nova época, chamada de Idade Média).

A preocupação de investir em armamentos e exércitos, assim como a unificação da moeda, também é característica presente nos dois impérios. Os soldados romanos eram muito bem pagos e armados. Os romanos tinham o denarius, equivalente ao que representa o dólar, na economia atual.

A desvalorização de outras moedas é outra semelhança. No Império Romano, quando o valor do metal de uma moeda era menor que o poder de compra da mesma, esta era desvalorizada. De maneira que, se uma moeda sofresse uma significativa desvalorização podia ser eliminada, como eventualmente ocorre com as outras moedas em relação ao dólar e como ocorreu com o antoninianus em relação ao denarius na antiga Roma (flutuações nos valores de metais preciosos e mudanças na economia romana resultavam em uma retarifação, que mudava os valores relativos das moedas, as quais eram cunhadas já tendo o seu valor original desvalorizado).

O declínio

Entre os principais fatores que enfraqueceram o Império Romano, as invasões bárbaras figuram em primeiro lugar. Nas fronteiras, os povos exerceram uma enorme pressão, na tentativa de penetrar nos territórios do império. Os imperadores militares, que lutavam entre si por mais poder, não conseguiram concentrar suas forças para lutar nas fronteiras orientais, com a Pérsia e outras do norte. Cederam e pagaram por isso.

Os atentados de 11 de setembro e tantos outros, a resistência no Iraque, a postura da Coréia do Norte, da Índia, da Venezuela, começam a evidenciar a incapacidade de gerência do império americano, de manter a unidade entre os colonizados, diante da revolta que está despertando em vários grupos e povos de todo o mundo. Para os romanos: bárbaros. Para os americanos: terroristas, fundamentalistas e revolucionários.

Hoje, 15 de maio de 2005, a América e o mundo ainda são governados segundo os interesses dos americanos do norte, mas o mundo mudou. E, ao que parece, as invasões bárbaras já começaram.

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