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Opinião
23/10/2015 - 07h15
Uma crise de todos
Abram Szajman e Luiz Carlos Motta
 

Patrões têm o capital. Trabalhadores o trabalho. Nem sempre os interesses de ambos coincidem. No entanto, há uma série de temas vitais que se não forem defendidos de forma conjunta acabam provocando a morte tanto do capital quanto do trabalho ao mesmo tempo. É como se todos estivessem num mesmo barco em mar revolto tentando chegar a um porto seguro. Todos precisam remar na mesma direção e no mesmo ritmo para se salvar.

O comércio emprega hoje no Brasil aproximadamente 13 milhões de trabalhadores, sendo quase três milhões só no Estado de São Paulo. É a maior categoria profissional do setor privado do país e responsável por uma gorda fatia do PIB.

O desemprego que atinge todos os setores da economia, a redução do volume de crédito, a inflação e a queda dos investimentos do poder público e por consequência da iniciativa privada é o retrato de uma crise que precisa urgentemente de uma solução conjunta entre todos que fazem um País mais rico. Estamos diante de uma nuvem de incertezas que pode levar o barco a pique. O cenário piorou com o anúncio do aumento da carga tributária e da supressão de direitos adquiridos.

Empresas e trabalhadores vêm fazendo a sua parte. De um lado as lojas negociam suas compras até a exaustão para oferecer o melhor preço para seus clientes. Fazem gestão estratégica para reduzir custos. Oferecem liquidações para fazer caixa e pagar suas dívidas. Treinam funcionários para atender os clientes da melhor forma, mas as vendas vêm caindo em ritmo preocupante.

Os trabalhadores, por meio de seus sindicatos, federações e confederações, investem em capacitação e negociam até o limite salários e direitos para suas categorias. Ainda assim, enfrentam o fantasma do desemprego e a redução do poder aquisitivo provocados pela inflação e pela queda das comissões de vendas.

Trabalhadores com emprego, remuneração e qualidade de vida são também consumidores que movimentam a roda da economia e fortalecem suas empresas. Ambos contribuem para a principal receita do governo: os impostos.

Mas esse barco agora está à deriva porque um setor rema contra. É o Governo Federal, que precisa fazer a sua parte mas insiste na manutenção de políticas econômicas recessivas e adotadas sem o necessário diálogo com a sociedade.

Entre as últimas “estratégias”, anunciadas recentemente pelo governo está a volta da Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras (CPMF). Apresentado como uma alíquota de 0,20%, o imposto despertou o interesse de estados e municípios, o que pode fazer seu valor subir para 0,38%.

A CPMF pode parecer baixa, mas é paga por toda a cadeia produtiva a cada movimentação, por fornecedores, comerciantes e clientes. O resultado é um tiro no pé, com o encarecimento dos produtos desestimulando ainda mais o consumo e acenando para a manutenção da recessão, com queda na arrecadação de impostos e uma crise em espiral.

No entanto somos otimistas e acreditamos que ainda dá tempo de corrigir o rumo e aportarmos em um Brasil com economia forte e estável para trabalhadores e empresários.

A história mostra que há um caminho para evitar o caos maior: corte de despesas do Governo Federal, adoção da meritocracia na contratação de funcionários públicos, redução da dívida pública, privatização das empresas estatais ineficientes e uma gestão que combata a corrupção de forma efetiva e clara. A sociedade brasileira não pode continuar sendo punida por crises provocadas por governos que remam contra!


Nota do Editor: Abram Szajman é presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Luiz Carlos Motta é presidente da Fecomerciários (Federação dos Comerciários do Estado de São Paulo) e UGT-SP (União Geral dos Trabalhadores do Estado de São Paulo).

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