As taxas de rejeição apuradas pela pesquisa do Ibope - Lula (55%), José Serra (54%), Geraldo Alckmin e Ciro Gomes (52%), Marina Silva (50%) e Aécio Neves (47%) - devem servir de alerta para todos os possíveis candidatos à sucessão da presidente Dilma Rousseff quanto à necessidade de mudanças em suas atuações políticas. É evidente que, no intervalo de três anos, que ainda nos separa do próximo pleito presidencial, muita coisa deve acontecer e alterar o panorama. Mas, pela pesquisa, convém aos navegantes perceberem que não estão agradando ao eleitorado. Corrigir a rota é o mais sensato. Independente do que aconteça com o mandato de Dilma, há que se compreender que em 2018 haverá a eleição. É certo que os fatos intermediários lançarão influências que poderão penalizar uns e beneficiar outros dos postulantes ou aqueles que ainda vierem a se viabilizar como tal. Uma coisa, no entanto, é certa: o povo está cada dia mais descrente da classe política e o resultado do Ibope pode ser apenas a ponta do iceberg. Não será difícil todo o descontentamento se manifestar já nas eleições municipais de 2016, pois o povo se mostra farto da incompetência, da corrupção, do desmando e das políticas de favorecimento e tem no voto a sua única forma eficaz de protesto, seja em nível federal, estadual ou municipal. O perverso desse quadro de apatia popular é que os eleitos num quadro destes, embora dotados dos direitos do mandato, não são vistos e respeitados pela sociedade como seus legítimos representantes. Com as ditas lideranças falidas, se elas não se recuperarem, as mudanças serão operadas pelo eleitorado, com a possibilidade de acertar ou de, mais uma vez, cair no discurso fácil e demagógico dos salvadores da pátria, dos caçadores de marajás e dos detentores exclusivos da moralidade. É um sintoma falimentar da atividade política, que precisa, urgentemente, ser mitigado. Para a sobrevivência própria, e até da democracia representativa, os políticos têm de encontrar meios de reconquistar o povo e, principalmente, readquirir o seu respeito. Não podem se esquecer de que em todos os momentos de redemocratização por que passamos, a grande bandeira sempre foi o povo que, infelizmente, logo depois de alcançados os objetivos, é esquecido pelas castas e tratado como reles massa de manobra e/ou repositório de votos. Precisa mudar, enquanto é tempo... Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).
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