Podemos notar que, além do número infindável de problemas, com educação, saúde, segurança, serviços públicos, infra-estrutura urbana o mal maior, responsável pela baixa estima dos jovens e, que também nos contagia pela diminuição gradativa da renda (per capita) do município, é despercebido desemprego. Esperamos que os políticos apresentem planos, estratégias de desenvolvimento econômico, programas de criação de emprego e geração de renda. Nada. Nada, porque o IPTU já não pode arcar com estes custos. Nem mesmo de um simples projeto. Círculo vicioso. A falta de renda e o pouco emprego liquidam, sorrateiramente, nossa combalida economia. As antigas alternativas, muito utilizadas para beneficiarem poucos eleitos: as "permissividades para a instalação de quiosques de praia" aqui e ali, as "permissividades" das instalações de carrinhos de lanche, aqui, ali e acolá; as "permissividades" das instalações de barraquinhas de produtos paraguaios (e/ou da 25 de março), já não satisfazem à renda dos "eleitos" e causam indignação dos preteridos, que também precisam e não foram "contemplados". A pergunta é: PORQUE EU NÃO POSSO TER UM QUIOSQUE NA PRAIA SE TAMBÉM SOU DE UBATUBA? - Afinal, estou desempregado. - Sou pai de família - Também tenho o direito de trabalhar - Também preciso sustentar meus filhos - O sol nasceu para todos - Sou de Ubatuba - Sou caiçara - Sou artista - Sou artesão - Também preciso - Nasci aqui... Entre tantos outros e justificados argumentos. Porque não? Há outras alternativas? Uma vez que (ouvi dizer) já temos até estrangeiros (chilenos) que tem quiosque na praia Grande, porque os demais cidadãos também não podem tê-los? Qual é a lei, que supera a constituição (que diz que todos são iguais perante a ela) que elege como "únicos favorecidos" esses poucos "escolhidos" entre de tantos outros, igualmente necessitados? Desafio a qualquer político, de qualquer partido, a responder esta pergunta. Esta pergunta afinal, tem resposta? Se os preteridos (os não escolhidos pelos políticos doadores dos espaços públicos) resolvessem, de uma hora para outra, "invadirem" as praias, instalando novos quiosques; as ruas e, logradouros com novas barraquinhas e carrinhos de todos os tipos, com todos produtos, pergunto: que lei os proibiriam? Que argumentos regulamentadores os impediriam? A continuar assim, sem alternativas, no futuro não muito distante, o que seremos além da capital do Surf? A Capital dos ambulantes? A Capital do comércio clandestino, ou, a Capital do salve-se quem puder? Que futuro nossos dirigentes políticos nos propõe? Aumentar o número de necessitados entre nós? Ampliar o número de licenças de ambulantes? Eternizar nossa dependência de suas "benesses" e favores, ampliando o número de licenças? Podemos suportar o máximo das adversidades mas não as desejamos para nossos filhos. A matéria abaixo (com inteiro teor), muito pertinente, lúcida e oportuna, do Sr Wagner. A. Nogueira, emoldura nossa realidade:
"Comércio e Urbanismo da Av. Iperoig
Eu, Wagner Aparecido Nogueira, apresentei-me à Tribuna Livre, neste dia (10/05), solicitando à atenção das autoridades e dos ilustres vereadores e vereadora, para o abandono da avenida Iperoig. Informei sobre alguns estabelecimentos comerciais, que não mais tendo esperança na atividade que desempenhavam, fecharam suas portas. Citei o Paulo Mota; o Ivan e o Orlando, estes últimos, artesãos de considerado sucesso, mas que desacreditaram do comércio, devido ao alto custo operacional e também, pela falta de investimentos na urbanização do seu entorno. Indaguei a todos, o porque, mesmo com tantas manifestações contrárias as atividades do parque Trombini, este continua funcionando sem nenhuma fiscalização, quanto ao espaço que pode desenvolver sua atividade e também, quanto a finalidade de sua atividade comercial, pois, quando chega o verão, percebemos a ocupação de um espaço tão grande, que todos os restaurantes a sua frente, ficam privados da vista privilegiada que deveriam oferecer a seus freqüentadores. Não obstante tudo isto, percebemos também, que funcionam barracas de sorvete; pipoca; churros; fliperamas e outras atividades afins que concorrem diretamente com os comércios da avenida, tirando-lhes, na hora mais propícia, um faturamento fundamental, para que possam pagar as suas obrigações durante todo o ano. Questionei, como sempre faço, o funcionamento da Feira de Artesanato, seus fundamentos, suas obrigações e seus propósitos, quanto as responsabilidades para com a comunidade, pelo simples fato, de que a cidade lhes oferece toda a infra-estrutura funcional, através dos impostos arrecadados de todos os contribuintes e canalizados para o entorno da mesma. No final dos trabalhos legislativos, o ilustre vereador Claudinho, justificou o fato de sua atividade de artesão, sofrer os mesmos problemas inerentes a todas as atividades comerciais Brasil afora e que seus custos, para o deslocamento de carro, até a praia e para a feira, lhe são altos. Há também o sofrimento quanto às intempéries e lógico, sem dúvida, pela falta de investimentos do setor público e dos comerciantes, a falta de uma massa de turistas, como há cinco anos passados, quando Ubatuba recebia um turista de melhor qualidade. Moral da história, por falta de investimento, a própria atividade de ambulante, esta definhando. Gostaria de deixar bem claro, que não tenho nada contra as atividades informais, mas não há caminho para uma sociedade sadia, senão, o de procurar aprimorar suas atividades, quer sejam elas comerciais; turísticas ou sociais, elevando assim, o padrão de vida de todos os munícipes e em conseqüência, a arrecadação de impostos. Se o poder público esta comprometido com as melhoras, que oriente todos os envolvidos, buscando a evolução do artesão, fomentando a ele, todos os mecanismos de aprimoramento, para que se torne um micro-empresário e conquiste o mundo, respeitando não só os seus direitos, mas a inteligência e os direitos de todos. Se o poder público esta interessado em melhorar o acolhimento dos turistas que procuram nossa cidade, providencie logo a urbanização de toda a nossa orla, pois, é da mesma que podemos agregar mais valia aos nossos produtos, que em sua maioria, não havendo grandes indústrias na região, concentra-se nos serviços. Obrigado pela a atenção que sempre sou tratado. Um abraço a todos, respeitosamente Wagner A. Nogueira"
Enquanto não houver a atenção, investimentos, posturas, vontade e, principalmente, CORAGEM POLÍTICA para o desenvolvimento econômico do município, padeceremos. Muito. Padeceremos deitados sobre o antídoto do nosso sofrimento. Ante a falta de conhecimento conceitual, inclusive oficial e, de equivocadas interpretações sobre sua "personalidade" e conceitos, é preciso educar, EDUCAR PARA O TURISMO. Ele, além de atrair investimentos e seus "satélites" criará sem esforço, e sem precisar lastrear-se em favores escusos: empregos e renda. Ambos, com a dignidade que queremos e merecemos. Este poderá ser o melhor projeto político, de autoria de um partido que se propõe dos trabalhadores. Seus resultados, econômicos e sociais, entrarão para a história. Resgataremos nossa vocação de SERMOS UM DESTINO TURÍSTICO. Esta será a nossa herança, às futuras gerações. Sem o Turismo, estaremos condenando o futuro dos nossos filhos. Sem o Turismo, serão eternos dependentes e subservientes, de favores e, empenharão seus votos junto com suas dignidades. Se o resgate realmente chegou, esta é a hora de mudar. E já é tarde.
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