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SEÇÃO
Crônicas
30/10/2015 - 15h02
`Felicidade não existe...´
Marina Alves
 

Eu estreava na adolescência, a Jovem Guarda encerrava seu ciclo dourado e Odair José explodia com suas canções tachadas de “cafonas”. Uma delas, da década de 70, decretava: “Felicidade não existe / o que existe na vida são momentos felizes...”. Por razões óbvias — eu também penso que é assim — frequentemente me vejo a cantarolar a filosofia destes versos.

Pela própria vida, e pelo o que dela observo, é fato que a Felicidade não existe. O que existe são momentos felizes. Tanto que se num devido momento estou feliz, o próximo nada me garante. Tão incertas quanto a própria vida são as proposições, a validade e a durabilidade desse anseio que o homem persegue desde sempre: ser feliz.

A Filosofia e seus filósofos já se debruçaram exaustivamente sobre o tema. Ninguém até hoje conseguiu padronizar o que é ser feliz. A verdade é que o conceito do que é ser feliz vem com muitas estampas e depende do gosto, do jeito de interpretar. Para uns, ser feliz é escalar os degraus da fama, do poder e do dinheiro. Para outros, encontrar a paz na simplicidade das pequenas coisas, por exemplo.

Há quem se sinta feliz buscando a fonte da eterna juventude, (apesar de o tempo dizer que o envelhecer é tão óbvio quanto a própria morte). Ser feliz pode ser também encontrar os seus pares, alguns pensam assim. Há quem amarre a própria felicidade à sombra do outro. Neste caso, é mais difícil ainda ser feliz: o outro, jamais conseguirá corresponder integralmente às expectativas sobre ele depositadas, somos imperfeitos, eis o dilema.

Ser feliz é estar bem consigo... É outra forma de pensar. Isso parcialmente exime os pares de qualquer culpa ou responsabilidade. Tem–se aí a fórmula e a forma mais seguras de não se correr riscos: se a felicidade não depende só do outro a possibilidade da frustração diminui em tamanho e intensidade. Opção mais animadora, talvez...

Momentos felizes. Essa ideia mais curta casa melhor com os parâmetros da vida. Expostos aos ventos do dia a dia, expostos também às variações e mudanças de temperatura: nem sempre faz tempo bom, ainda que empreendamos esforços descomunais para que isso aconteça. Por detrás das cortinas há dias solares, outros fumacentos, e não há ponteiro de relógio ou calendário que mudem isso... A carruagem do tempo não se importa em parar pra perguntar como é que você está, nem o que pretende, ou aonde deseja chegar, simplesmente passa adiante.

Recentemente, numa mesma semana escrevi um poema para um momento feliz e uma crônica para um momento totalmente avesso. Foi o que me lembrou os versos de sempre... Outra vez a felicidade e seus picos: o jeito é mesmo mergulhar — sem medo da cafonice — na onda de Odair José: “Felicidade não existe. O que existe na vida são momentos felizes...”

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