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Opinião
19/11/2015 - 11h01
Da `corrida do ouro´ ao mar de lama
Montserrat Martins
 

Maior que a da Petrobras ou do BNDES é a “caixa-preta” da mineração, área que movimenta quase 10% do PIB nacional. O minério brasileiro é cobiçado internacionalmente, a ponto de chineses e japoneses financiarem a construção de ferrovias cuja maior utilidade é o escoamento dos minérios até os portos de onde são levados para os asiáticos e o mundo todo.

Essa caixa preta remonta aos tempos do Brasil Colônia mas tem capítulos importantes mais recentes, incluindo a privatização da Vale a preço de banana como mostra o livro “O Brasil privatizado”. Um grande empresário gaúcho que morou no Pará revelou também que um dos interesses ocultos em Belo Monte é que naquela região se encontram ricas reservas minerais.

Remonta a 1690 o primeiro “ciclo do ouro” no Brasil, que em 1760 representava a metade do ouro encontrado no mundo e que demandou naquela época a escravização de um milhão de africanos para trabalhar nessa atividade. Na década de 1730 os diamantes passaram a ser encontrados nas Minas Gerais e por muitas décadas, depois, eles foram abundantes na Chapada Diamantina, na Bahia.

Já na transição do século XX para o século XXI o mundo passou a demandar cada vez mais minério de ferro (do qual somos o segundo produtor mundial), manganês e mais recentemente tantalita e nióbio (do qual o Brasil é o maior produtor mundial). Estes são utilizados na indústria eletrônica, tendo o nióbio capacidade de se converter num supercondutor, sendo resistente à corrosão, utilizado ainda em superligas de ferro, níquel e cobalto para produção de componentes de motores, de turbinas a gás, de foguetes e de turbocompressores.

A tragédia em Minas, com vítimas fatais e um mar de lama (dessa vez não só em sentido figurado, mas concreto), que já destruiu cidades e ameaça outras, chama atenção agora para a falta de pudor dos grandes negócios da mineração, negligente com os interesses das pessoas, da sociedade, do país.

A linda Poços de Caldas, uma das cidades com mais qualidade de vida no país, tem no entanto um dos maiores índices de câncer desde a instalação de fábricas de alumínio. A poluição do ar, da água, dos solos, decorrentes da mineração, nunca despertou até hoje a atenção das mídias.

Poucas pessoas tem conhecimento do submundo desses negócios altamente lucrativos e com pouquíssimos cuidados com a saúde das pessoas e do ambiente, como a tragédia agora evidenciou. Que as vidas humanas não sejam em vão e tragam luzes sobre essa área bilionária e obscura.


Nota do Editor: Montserrat Martins, Colunista do Portal EcoDebate, é médico psiquiatra, bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais e presidente do IGS – Instituto Gaúcho da Sustentabilidade. Fonte: Portal EcoDebate (www.ecodebate.com.br)

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