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Opinião
29/11/2015 - 08h00
A viagem da presidente
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

Enquanto Brasília vive a grande agitação das prisões e o governo sangra em razão dos problemas políticos e econômicos, a presidente Dilma Rousseff fica ausente por nove dias. Partiu nesta sexta-feira rumo à França, Vietnã e Japão. Dirão seus defensores que se tratam de compromissos importantes e previamente agendados. Isso é o óbvio, pois não se deve admitir que um governante viaje a outros países, com todo o aparato e despesas que envolvem uma caravana presidencial, sem que hajam fortes motivos. Poderão também justificar que, mantendo sua agenda internacional, a presidente demonstra que seu governo não admite a crise. 

Existem inúmeras justificativas tanto para viajar quanto para não viajar. O difícil é negar a existência da mais aguda crise institucional e econômica vivida no país durante as últimas décadas. Desnecessário dizer que quem tem a obrigação de permanecer em seu posto e pilotar providências saneadoras é o titular do governo. Por mais que o substituto legal o faça, sempre será a ação de um substituto, não do titular.

Teremos, no Congresso Nacional, a chamada super-terça (1º de dezembro), quando os parlamentares serão chamados a votar importantes pautas econômicas, vetos presidenciais e a decidir sobre a possível cassação do mandato do presidente da Câmara. Isso sem falar dos chamados “ajustes” que o governo tenta duramente fazer passar pelo Legislativo. Em momentos cruciais, é hábito o governante permanecer em vigília e orientar seus aliados sobre a melhor forma de encaminhar as votações. Mas Dilma estará na França, no Vietnã ou no Japão. Por mas importantes que sejam suas agendas naqueles países, salvo melhor juízo, não serão mais significativas do que o embate que se trava em Brasília.

A ausência da presidente em nada deslustraria a presença da representação brasileira na Conferência do Clima, em Paris. Da mesma forma, as missões no Vietnã e no Japão, que objetivam buscar investimentos, talvez transmitissem mais segurança a quem possa trazer seu capital ao Brasil, se estes vissem que a governante deixa de ir às reuniões sociais para permanecer à testa do seu governo, administrando pessoalmente as questões políticas, sociais e, principalmente, econômicas. O momento demonstra que falta alguma coisa ao modo de se governar o Brasil. Talvez o parlamentarismo, já pretendido e tentado por muitos, seja a solução. O presidente viaja e representa o país internacionalmente, mas quem governa é o primeiro-ministro que, se não o fizer direito, é demitido...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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