Capítulo I Governar uma cidade é optar pela maioria. É difícil, muito difícil. É muito mais fácil e sedutor atender desejos e anseios de pequenos grupos. Olho no olho, bolso no bolso, voto na urna. É assim neste nosso Brasil. Desde Cabral, varonil. Capítulo II Quem duvida? O governante anterior não achava que a praça é nossa. Sempre achou que era dele. Prometeu, perdeu, mas comprometeu. Cobrir a feirinha que se desmonta e monta era promessa de campanha, a dele. Só que na praça, a nossa. Primeiro fez um trambolho azul bem ao gosto dos mendigos turistas da madrugada. A MendigoTUR veio para ficar. Não sai. Deve dar votos, olho no olho. Capítulo III Quem duvida? A avenida que se lixe. O Parquinho fez escola, criou a Faculdade de Arquitetura e Urbanização de Orlas de Cidades Praianas. O comércio da avenida está no lixo. A opinião pública que se lixe. O CMD, obrigatório por lei para aprovar essas coisas em nome da maioria, que se lixe. O trambolho vai crescer, com o dinheiro do Estado. Ainda bem que a Santa Casa tá rica, e o resto tá bom. Capítulo IV Quem duvida? Depois, a MendigoTUR vai virar albergue noturno. Depois, pela higiene e conforto dos turistas, serão feitos os sanitários. Depois, pela comodidade e segurança do patrimônio deles, serão feitas as paredes e postas a porta e a guarda. E a praça virou lote, e o lote virou negócio. FIM Ave, César! Salve-nos, ainda há tempo. Nota do Editor: Renato Nunes é arquiteto e morador de Ubatuba, SP.
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