Nasceu em Itabaiana nas mãos da parteira Ivone, acostumada a receber dos ventres maternos os filhos dos outros; poderia até, sem o rigor de diploma, fazer parte, no interior, de um despretensioso "sem médicos" ou de um matuto "médicos sem fronteiras"... Ivone Almeida, Leninha Batista e Dona Quinú nunca encaminharam alguma parturiente ao bisturi das cirurgias cesarianas, davam um jeito a qualquer parto difícil... E todas as crianças vinham à luz, nessa maternidade caseira, onde nasceram seus quatro irmãos e suas três irmãs, sadias e sadios desde a amamentação orientada também pela parteira... Foi nesse tabuleiro em que nasceu Chiquinho, entre peões, já ouvindo o relincho dos cavalos pastando perto de casa, "as rezas dos bispos e das damas", o sorriso da rainha Lia e do rei Inácio. Assim, era a circunstância desse lar determinando o futuro naquele passado. A casa, em 1970, mudou-se para João Pessoa, onde este seu irmão mais velho costumava jogar xadrez com Paulo Andriola, Juarez Benício e Marcos Trindade. O menino Chico apenas, em pé e em silêncio, assistia a todas as partidas; observava os diferentes movimentos das peças... Ninguém percebia ali a preparação de um campeão, sabendo inúmeras jogadas, a de dar "rock" com a torres no momento certo. Nessas observações, calado, mas já sabia jogar xadrez... Descoberto seu prodigioso talento, logo o Colégio Arquidiocesano Pio XII designou o garoto de 9 anos para representá-lo em todos os campeonatos, em todos os jogos estudantis, aqui ou em outras cidades. Até que Frank Lins o levou para o certame internacional em Nice, na França, de onde voltou vitorioso. Hoje, várias vezes campeão paraibano; Mestre em xadrez segundo regras internacionais da FIDE; professor de xadrez nas escolas, especialmente, nas públicas; autor do livro "Xadrez Para Todos"; Chiquinho, nacionalmente conhecido, abre, neste sábado, dia 5 de dezembro de 2015, na Praça Hilda Lucena, 15, em Miramar, sua Escola de Xadrez e um Clube, onde já se encontram jovens, crianças matriculadas, e adultos inscritos, que saberão xadrez sem recorrer à autodidaxia de Francisco de Assis Cavalcanti e sob a égide da Federação Paraibana de Xadrez.
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