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Crônicas
13/12/2015 - 15h26
O desespero e o nada
Dartagnan Ferraz
 

Houve uma época que o cinema francês conseguiu sobrepujar o italiano, ou empatar. Não entendo profundamente de cinema, o que sei dá só pro gasto, mas, juro, fui contagiado pelo cinema francês, numa certa época.

Sempre gostei dos filmes que fazem pensar, mas sem ser muito complicados. E gostava de decorar algumas frases dos filmes. Decorava, mas já pensando que podia esquecer, anotava num caderno escolar que está todo se desmanchando, o hino nacional, na contracapa está faltando várias estrofes, fato que não tem importância nenhuma, importante são as frases.

Dia desses, mesmo com o perigo da poeirinha do caderno gerar uma crise de asma, li algumas das frases e uma delas chamou minha atenção por se tratar de uma frase dita por um personagem de um filme que gostei muito: "Acossado (A bout de souffle)", um filme de Jean-Luc Godard, com Jean-Paul Belmondo e Jean Seberg (lembram-se dela? era uma loirinha de cabelo bem curtinho, muito sexy que a galera chamava de tesãozinha, ela também trabalhou, salve engano, em Bom dia Tristeza ao lado de Débora Keer. Era um filme em preto e branco, lindo, arretado, um dos melhores que já assisti.

Na cena em que é atingido nas costas e está morrendo o personagem interpretado por Belmondo diz: "Entre o desespero e o nada, prefiro o nada, porque o desespero é uma forma de compromisso". Era o grito de uma época em que se começava a questionar a ordem estabelecida, tudo baseado no existencialismo de Sartre. Era a nouvelle vague, o primeiro filme de Godard no gênero. Mas li outra frase do mesmo filme dita pelo personagem de Jean Seberg, uma citação de William Faulkner: "Entre a dor e o nada, prefiro a dor". São duas frases bonitas, mas, creio, distintas. Não concordo com nenhuma delas, mas são lindas. Não vou deixar nunca de ser conservador, mas sendo metido a comunista. Eu e minhas contradições. No fundo, no fundo mesmo, sou apenas um matuto leso e besta. Inté.

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