Estudo divulgado pelo British Medical Journal diz que, entre as décadas de 70 e 90, o número de pessoas alérgicas aumentou em dez vezes. "Acreditamos que algo está mudando nas pessoas, tornando-as mais sensíveis. Não porque haja mais pólem no ar, nem mais ácaros. O problema não deve estar no meio ambiente, mas no organismo humano", diz o professor Malcolm Law, coordenador da pesquisa. Até bem pouco tempo, os estudos se concentravam nas crianças, já que os adultos pareciam ser menos suscetíveis. Mas a equipe do professor Law testou 11 tipos de agentes, como pólem, células mortas da pele de cães e gatos, poeira doméstica e ácaros, descobrindo, ao final, que 42% dos 513 voluntários manifestaram reações alérgicas. A pneumologista Alenita Oliveira, do Hospital Paulistano, explica que "as alergias podem ser definidas como uma reação exagerada ou uma hipersensibilidade do sistema imunológico a determinadas substâncias estranhas ao nosso organismo. Essas substâncias podem ser componentes da poeira doméstica, como os ácaros e resíduos de insetos, grãos de pólens, esporos de fungos, alimentos, látex, picadas de insetos e até certos tipos de remédios". Especialista em asma, doutora Alenita diz que o aumento das doenças alérgicas é um fenômeno mundial. "Algumas teorias propostas incluem a permanência cada vez maior do homem em ambientes fechados, como casas, escritórios e shopping centers. Sistemas pobres de ventilação e uma exposição maior a alérgenos (inalatórios, cutâneos ou ingeridos) também contribuem para as crises". Outra teoria recente é a da "higiene". "Há quem defenda que as alergias estão aumentando devido às condições cada vez mais higiênicas de países desenvolvidos, impedindo a exposição do homem a certos patógenos como bactérias e parasitas que ajudariam o organismo a desenvolver o nosso sistema imune em determinadas direções. Está claro, porém, que o desenvolvimento de alergias é um evento multifatorial que dependende da predisposição genética e da exposição ambiental à qual o paciente é exposto".
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