A nota de bom pagador do Brasil não existe mais por conta de duas agências que fazem a análise de risco. Com o corte da nota de crédito do Brasil pela agência Fitch, o País, que era considerado grau de investimento, passou a ser grau especulativo. O motivo para o corte da nota de BBB- para BB+, com o risco de ser rebaixada novamente, demonstra a preocupação que o cenário político e econômico do País desperta. As premissas com relação à economia não são boas: temos inflação alta e PIB baixo e precisamos lembrar que não há uma estratégia futura sustentável. Isso leva o investidor a se preocupar com os riscos de investimentos no Brasil. A busca por financiamento externo aumenta, por conta do risco de que o país não honre seus compromissos - além do custo mais caro para o tomador de recursos. A situação econômica continua provocando sinais de desaceleração no ritmo das empresas, principalmente as indústrias, que têm sofrido muito com a redução das vendas ocasionada pelo repasse do aumento dos impostos. Sem falar na perda de competitividade, resultado da falta de investimento em máquinas e equipamentos. O resultado: custo produtivo mais alto e menos vendas. Os reflexos da redução da nota pela agência de risco diminuem sensivelmente os investimentos a serem efetuados nas empresas brasileiras que necessitam de recursos para melhoria no parque industrial e aumento no volume de vendas. Se não houver uma estabilização no cenário político e diminuição dos custos do governo para equilibrar o orçamento de 2016, o País ficará engessado e terá mais problemas para dar continuidade a seus negócios - o que pode levar ao fechamento de várias empresas e, por consequência, um maior índice de demissões, o que gera impacto negativo no PIB. Ou soluciona-se o cenário político que tornou algumas empresas insustentáveis ou veremos um cenário pior em 2016. Nota do Editor: Reginaldo Gonçalves é coordenador do curso de Ciências Contabéis na Faculdade Santa Marcelina – FASM.
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