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Crônicas
17/12/2015 - 15h01
Ata do cinismo parlamentado
Damião Ramos Cavalcanti
 

Assim como ela mostrou o "mercado persa" que se tornou o plenário da Câmara durante a eleição, maquinada nos boxes, para constituir Comissão sobre o "impeachment", a televisão deveria teatralizar imaginada caminhada do filósofo Diógenes, semi-nu, entre os engravatados deputados, com uma lamparina direcionada à cara de cada um, à busca de cidadãos honestos ou de fiéis representantes do povo. Maior facilidade seria encontrar a fidelidade escondida pelo voto secreto... Gritaria, piadas em alto e bom som, insultos a eles próprios, a autoridades desrespeitadas, e sobretudo à Constituição. Escutei um taxista manifestar sua opinião: "Foi uma esculhambação".

Em outras palavras, diria: Uma anarquia sem ser a do bom sentido do anarquismo, dessa doutrina inspirada na do "cinismo" preconizado por Diógenes, como a ideia intuída no "mito do bom selvagem", de Jean Jacques Rousseau. Tais filosofias junto a esses políticos, no dia 8 de dezembro, transformaram-se em carões, passados, na má interpretação, pelos pedagogos tradicionais: "Menino, deixe de anarquia, deixe de ser cínico!"...

O carismático e excêntrico Diógenes de Sínope (400 - 325 a.C.), descrito por Platão como o "Sócrates enlouquecido", ao sair pelas ruas de Atenas, com uma lanterna pendurada na mão esquerda, teria esperança de encontrar algum cidadão honesto; também procurava a realidade nua e crua da vida, como definiu sua filosofia o dramaturgo e novelista Oscar Wilde (1854 - 1900): "O cinismo consiste em ver as coisas como realmente são, e não como se quer que elas sejam". Mas, se Diógenes observasse o espetáculo ocorrido no "prato da Câmara", talvez estivesse apenas a demonstrar ironicamente não haver diminuta minoria a seguir recomendáveis princípios éticos. Ressalte-se que, naquele carteado, ninguém tinha maior habilidade com o baralho do que o Presidente da Mesa, perdido de riso "cínico" e zombeteiro sobre aqueles que perderam a partida. Que esperança! Daí, achar ensinamento no cinismo, ao se evitar seguir acunhado dilema: "Assumir riscos absurdos ou aceitar conselhos de quem se arrisca absurdamente"...

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