Dizem que o mundo não tem salvação e as pessoas estão piores, dando vários exemplos do que anda acontecendo nestes tempos para provar que os seres humanos continuam violentos, ambiciosos e egoístas: crimes, guerras, pobreza e corrupção. Mas será mesmo que não há nada que nos dê esperança, faça-nos vislumbrar tempos melhores? Está certo que o fato de termos muito mais conhecimentos e informações que nossos antepassados não significa exatamente que evoluímos, porque saber mais não é o mesmo que ser mais consciente, afinal é preciso mais do que conhecer, sendo necessário ter sensibilidade, visão abrangente, tolerância e percepção sobre a forma de aplicar nosso conhecimento na construção de um mundo mais justo onde possamos progredir de forma que uns não fiquem na abundância à custa da miséria dos outros, proporcionando uma distribuição justa de bens materiais, garantindo que ninguém se veja privado nem destituído de seus direitos e lutando contra toda forma de opressão. Temos de admitir que podemos falar às pessoas sobre a necessidade de sermos mais justos e tratarmos todos como nossos semelhantes, sem discriminá-los, mas não podemos convencê-los a mudar sua forma de pensar, nem a se desfazer de seus preconceitos. Na verdade, o mais provável é que a grande maioria nem mesmo preste atenção quando tentamos fazer um trabalho de conscientização para a necessidade urgente de mudarmos os valores errados que têm sido a base do comportamento humano: apego demasiado à riqueza e aos bens materiais, status social e poder.

Porém, nem sempre há alguém que nos ouvirá e refletirá. Mas será que o fato de pelo menos uma pessoa nos ouvir e se dispor a aplicar o que ensinamos já não pode nos dar alguma esperança, ainda que mínima? Mesmo um pequeno sinal de esperança não serve para mostrar que o mundo vale a pena? Não pensemos na grande massa egoísta, gananciosa e mesquinha para concluir se o mundo vale a pena ou não, mas naqueles poucos (talvez muito poucos) que se importam com os outros seres humanos, querem espalhar esperança e amor e viver pelo que realmente vale em vez de se consumirem por dinheiro e valores egoístas.