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Opinião
26/12/2015 - 08h10
Catilinárias
Célio Pezza
 

A Polícia Federal, junto com o Ministério Público, deu início, no dia 15 de dezembro, à Operação Catilinárias, para cumprir mandatos de busca e apreensão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal referentes a processos instaurados em continuação à Operação Lava Jato sobre a corrupção na Petrobras.

As buscas foram na residência do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha; do Ministro da Ciência e Tecnologia Celso Pansera; do ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves; do senador Edison Lobão, ex-ministro de Minas e Energia; do deputado federal Aníbal Gomes e muitos outros parlamentares pelo Brasil, na grande maioria do PMDB.

Interessante sabermos de onde saiu o nome dessa operação. As Catilinárias são uma série de quatro discursos que o cônsul romano Marco Túlio Cícero fez em 63 a.C., contra o senador Lúcio Sérgio Catilina, que pretendia dissolver o Senado e tomar o poder em Roma. Ao saber dos planos do senador, Cícero convocou uma reunião no Senado e deu início aos seus discursos famosos. Após ser desmascarado, Catilina se afastou do senado, armou um exército rebelde e acabou morrendo no ano seguinte, pelas forças romanas leais ao senado romano. Partes do célebre discurso de Cícero ao Senado diziam o seguinte:

Até quando, ó Catilina, abusarás da nossa paciência?

Por quanto tempo a tua loucura há de zombar de nós?

A que extremos se há de precipitar a tua desenfreada audácia?

Nem a guarda do Palatino, nem a ronda noturna da cidade, nem os temores do povo, nem a afluência de todos os homens de bem, nem este local tão bem protegido para a reunião do Senado, nem o olhar e o aspecto desses senadores, nada disto conseguiu perturbar-te?

Não te dás conta que os teus planos foram descobertos?

Não vês que a tua conspiração a têm já dominada todos estes que a conhecem? Quem, dentre nós, pensas tu que ignora o que fizeste na noite passada e na precedente? Onde estiveste, com quem te encontraste, que decisão tomaste? Oh tempos, oh costumes! O Senado tem conhecimento destes fatos e o cônsul tem-nos diante dos olhos!

Mais de dois mil anos se passaram, mas o discurso permanece vivo e atual. Hoje temos uma infinidade de ‘Catilinas’, políticos mentirosos, corruptos e que só andam atrás do poder. Como diria Cícero nos dias de hoje:

‘Até quando, corrupto, abusarás da nossa paciência? Até quando?’


Nota do Editor: Célio Pezza (www.celiopezza.com) é colunista, escritor e autor de diversos livros, entre eles: As Sete Portas, Ariane, A Palavra Perdida e o seu mais recente A Tumba do Apóstolo.

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