Foi Aristóteles quem afirmou: "O homem é um animal político!". Uma verdade abissal. Tudo que fazemos, no bom ou no mau sentido, é um ato político. Até quando afirmamos que odiamos a política estamos praticando um ato político. Não se pode e nem se deve confundir a política na sua verdadeira acepção com a promiscuidade e permissividade da atividade partidária. Vou mais além, talvez o lamaçal político se deva justamente ao distanciamento das pessoas da atividade político-partidária. Apenas votam, mas não militam nem participam da vida política. Não cobram, não exigem, não monitoram os detentores de mandatos. E batem no peito afirmando como se isso fosse uma glória: - Não sou político, detesto a política. Bertolt Brecht definiu esse tipo de omisso comparando-o ao pior dos analfabetos. Ele disse: "O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, de sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais". Acho que Aristóteles e Brecht têm razão. as vezes o animal político se transforma em analfabeto político. É muito triste. Inté.
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