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Opinião
10/01/2016 - 08h00
A (temerária) reforma educacional
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

Além de toda a crise – política e econômica – o brasileiro agora também começa a ser bombardeado pelas discussões relativas à proposta da base nacional comum curricular, apresentada pelo Ministério da Educação. Especialistas que analisaram o documento alertam que a proposta despreza a origem grega e europeia de nossa história, inclusive não cita o episódio de Tiradentes, e atribui a formação do povo brasileiro à mistura dos indígenas com os negros africanos. As críticas são ácidas e vão desde a atribuição de falta de conhecimento aos autores da proposta até ao mesquinho propósito de lançar o povo à ignorância quanto à sua própria origem ou, pior ainda, ao objetivo de ideologizar (ainda mais) o que se ensina ao alunado.

Em primeiro lugar, é preciso considerar que, bem ou mal, o atual currículo atende às necessidades básicas e já sofreu muitas intervenções que um dia necessitarão ser revistas. Mas o principal é que, num momento crítico como o que vivemos, é um desperdício o governo estar perdendo o seu tempo em discutir reformas profundas na Educação quando, pelos acontecimentos em curso, não é possível saber nem se os atuais dirigentes chegarão ao final dos seus mandatos.

Para nós, cidadãos, é mais confortável acreditar que os idealizadores do programa têm boas intenções. É inaceitável, no entanto, tentar em um curto tempo operacionalizar modificações tão profundas, especialmente num momento em que o próprio país vive de incertezas. Também não se pode permitir que os currículos ou mesmo os professores formados com critérios ideológicos – sejam eles de esquerda ou de direita – contaminem o ensino e, em vez de formar cidadãos preparados para o mercado, produzam militantes. Escola existe para formar, não para doutrinar.

Com todos os seus problemas, o Brasil possui invejável história e competentes centros cultores e irradiadores da educação e da cultura. A Academia Brasileira de Letras, as academias estaduais e até municipais e os centros do saber não podem ficar alheios a essa questão. Riscar da história pontos angulares e consolidados há gerações seria um crime de lesa história. Governantes e políticos precisam ter em mente que sua permanência nos postos é temporária e, principalmente, respeitar o conjunto de conhecimentos herdados de gerações anteriores. Jogar tudo na lata do lixo para adotar outras opções é algo temerário e não atende em nada aos interesses da população. Aperfeiçoar aquilo que já existe é o ideal, mas substituí-lo pelo incerto, pode ser desastroso...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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